
Editorial – edição 5
0 Comentários
/

Nosso número anterior foi um sucesso. Chegamos gratuitamente (graças à Jamef Transportadora e à Azul Cargo) a mais de 60 cidades no Brasil. E outras em Portugal (graças à TAP Cargo). Parcerias que nos ajudaram a levar informação, sem nenhum custo, a milhares de autistas, famílias e profissionais. Nosso muito obrigado!
A reportagem de capa desta edição trata do mercado de trabalho para pessoas com autismo. Tentei abranger todo o espectro e procurar informação dos mais diversos tipos de modalidade de trabalho, de empregos comuns e cotas a emprego apoiado.

Revista Autismo número 5 — índice
Índice da Revista Autismo número 5, de junho de 2019, com notícias, artigos, reportagens, colunas e sessões, opinião, história em quadrinhos e muito mais.

Autismo x genética

Como a ciência explica hoje a ligação entre autismo e genética
Graciela…

Minhas percepções sobre a trajetória do autismo no Brasil

Eu costumo dizer que sou da velha geração do autismo no Brasil. Daquela geração que no final dos anos 1980, não tinha livros para ler, internet para consultar, professores para orientar, mas tinha crianças para atender. Pois é. Elas sempre existiram. Eu sou da geração 80 que colocava na porta a plaquinha “Em atendimento”, entrava na sala com a criança e não sabia o que fazer. Eu não tenho vergonha de contar essa passagem da minha vida, pois foi dali que eu passei a entender que algo precisava ser feito. Eu realmente não sabia o que fazer com aquela criança que ali estava e não tinha ninguém que pudesse me orientar com precisão naquele momento.

Palavra mágica

Esta é a frase mágica que utilizamos quando o Gabriel tenta uma interação social com outras pessoas.
As terapias fazem parte de nossas vidas desde 2011 e, de vez em quando, ele tenta interagir com o mundo que está à sua volta. Por outro lado, ele não sabe muito bem como fazer esta aproximação e, na maior parte das vezes, a reação da outra parte acaba não sendo tão amigável.

PECS

Para ensinar comunicação, precisamos entendê-la melhor: o que é comunicação? É um comportamento que exige duas pessoas. Uma pessoa identificada como “falante” (que entrega a mensagem) e a outra como “ouvinte” (que recebe esta mensagem e responde adequadamente). O método de comunicação mais difundido e usado com alunos com TEA é o PECS.

Minicérebros humanos: um novo modelo experimental para o estudo do TEA

A criação de minicérebros humanos em laboratório a partir de células-tronco é um dos fenômenos mais interessantes da neurociência moderna. Essa nova ferramenta promete ser a grande vedete no tratamento de doenças neurológicas e genéticas, uma revolução na medicina. (Alysson Muotri)

Autistas na mira do bullying escolar

Da década de 1980 para cá, o bullying assumiu maior projeção no cenário global e surgiu a necessidade de elaboração de uma norma brasileira que dispusesse sobre o assunto. Em fevereiro de 2016, entrou em vigor a Lei nº 13.185/2015 (Lei de Combate à Intimidação Sistemática), que conceituou a intimidação sistemática, ou bullying como sendo “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”.

Todo ser humano é único

Quando eu era pequeno, tinha um autismo mais severo, pois não me comunicava, me autolesionava, tinha muitos comportamentos rígidos e muita dificuldade na escola. Hoje, apesar dos meus 20 anos, ainda enfrento muitas dificuldades e ainda tenho muitas coisas para descobrir e para aprender. Ainda hoje, tenho dificuldade de me comunicar, pegar transportes públicos, esperar em filas longas, etc. Acho que a maioria das pessoas que me conhecem sabe disso, mas isso é uma conversa para outra história, porque hoje eu quero falar sobre “obrigações”.

Adaptações e adequações curriculares com significações

No Brasil, a necessidade de se pensar um currículo para a escola inclusiva tomou maior dimensão após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei nº 9.394/96, razão pela qual este artigo traz à tona esse documento, bem como as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, aprovada em setembro de 2001 e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, aprovada em 2008, para uma análise de como contemplam as adaptações e adequações curriculares necessárias para oferecer um ensino de qualidade aos educandos com necessidades educacionais especiais incluídos no sistema comum de ensino.

#eSeFosseSeuFilho

Muita gente dirige aos nossos filhos olhares de compaixão. Seria bem melhor que demonstrassem empatia.
Pôr-se no lugar de pessoas que têm autismo ou outros transtornos é tarefa difícil para os neurotípicos, mas fundamental para quebrar a falsa barreira entre “normais” e “deficientes”.
Foi na batalha por empatia que mães se uniram, em 2016, num grupo de WhatsApp, o Juntos. A rede de familiares de pessoas com deficiências cresceu e, entre outras ações, criou #eSeFosseSeuFilho. A hashtag ganhou alcance nacional a partir de 2018. Algumas das mães participaram do programa “Encontro com Fátima Bernardes”. E artistas foram convidados a gravar vídeos com relatos de quem acompanhou os filhos sendo alvos de preconceito e exclusão.

Espectro Artista
Diagnosticada com Síndrome de Asperger, a desenhista tem 29 anos, é paulistana e, desde pequena, é extremamente apaixonada por tudo relacionado aos dinossauros. Atualmente trabalhando como desenhista freelancer, Camila tem fluência em inglês, adora viajar e ir para baladas e festas. Tem formação em mergulho autônomo — tendo mergulhado em cavernas à noite em mar aberto — e não concluiu a faculdade de biologia.