1 de junho de 2023

Tempo de Leitura: 2 minutos

O hiperfoco é simplesmente um ponto de interesse muito forte, geralmente voltado para um assunto específico. E desde sempre eu tive a visão de que ser diferente e bizarro é algo positivo. Sempre fui curioso e quando vejo algo fora do comum, quero saber mais. Isso é algo que também vejo em minhas áreas acadêmicas, a Biologia e a Geologia, onde há coisas tão estranhas e surpreendentes que, mesmo para quem já está acostumado com coisas inusitadas, ainda conseguem surpreender. É incrível o que a mente humana é capaz de criar e descobrir.

Dependendo do interesse, alguns hiperfocos podem ser socialmente considerados estranhos e inúteis. No Brasil, um exemplo bastante comum são os busólogos, pessoas obcecadas por ônibus. Eu vejo muitos grupos de pessoas, especialmente na engenharia mecânica, que são apaixonados por algum tipo de equipamento, às vezes até sendo autistas. Há comunidades enormes, como aficionados por trens, que produzem horas e horas de vídeos falando sobre a história e detalhes desse assunto.

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Além da paleontologia e do estudo de aves, eu tenho um hiperfoco com equipamentos militares, e a fascinação vem de saber tudo sobre eles, sua história, uso e funções. É uma parte importante da minha personalidade e gosto muito de compartilhar esse conhecimento com outros interessados.

Outro hiperfoco que tenho é em worldbuilding, ou seja, construção de mundos. É usado como uma ferramenta literária para criar as bases de um mundo e pode ser usado como uma forma de entretenimento, como parte de uma história ou como um exercício acadêmico.

Uma subárea de worldbuilding, a evolução especulativa, é um exemplo de como isso pode ser útil na academia, especialmente para aqueles que trabalham com paleontologia e evolução. E, para autistas, o worldbuilding permite a criação de um mundo com regras e elementos que eles entendem e controlam, dando-lhes um senso de segurança e estabilidade em um mundo que, às vezes, pode ser incerto e confuso.

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Ex-aluno de geologia na Universidade Federal de Goiás (UFG), autista e integrante do podcast Introvertendo.

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