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Um estudo promovido por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, do Instituto Pasteur de São Paulo e de outras instituições sugere que a infecção pelo vírus da zika na gestação pode aumentar a probabilidade de gestantes terem filhos autistas. A pesquisa se deu por meio de ensaios in vitro (em células), in vivo (em animais) e avaliações em uma com quase 160 crianças.
A pesquisa é um desdobramento de uma série de estudos conduzidos desde 2015, quando ocorreu o surto de zika no Brasil. “Queríamos ver se, entre aquelas crianças, existiam algumas diagnosticadas com TEA. Vimos que a porcentagem de crianças que nasceram com a síndrome congênita do zika vírus e autismo foi de 5,14%, um número alto se considerarmos os dados da OMS, que giram em torno de 1 a 2%”, disse a pesquisadora Patrícia Beltrão Braga.
Apesar disso, há a observação que nem toda mulher que foi infectada pelo vírus durante a gestação terá filhos autistas. “Essa predisposição vem de uma combinação de fatores, que ainda não sabemos quais são. Pode ser um fator ambiental como o próprio vírus ou a resposta imune da mãe contra a infecção, conhecida como Ativação-Imune Materna (MIA, Maternal Immune Activation), que está causando as alterações no sistema nervoso central e cujo desfecho é o TEA em alguns indivíduos”, afirmou.