27 de maio de 2025

Tempo de Leitura: 2 minutos

No segundo episódio do quadro “Pode Perguntar”, exibido neste domingo (25.mai.2025) pelo programa Fantástico (Rede Globo), o cantor e ator Seu Jorge participou de uma conversa conduzida por entrevistadores que estão todos no espectro do autismo. O encontro aconteceu na Pinacoteca, em São Paulo (SP), e abordou temas como a infância do artista na Baixada Fluminense, o incentivo dos pais, o início da carreira musical, o assassinato de seu irmão, o período em que viveu em situação de rua e as experiências com o racismo. Em um ambiente de escuta sensível e sem filtros, o artista respondeu perguntas diretas e sinceras feitas por participantes autistas de diferentes perfis, incluindo pessoas com níveis de suporte variados.

Com seu estilo acolhedor e bem-humorado, Seu Jorge também falou sobre seu filho mais novo, Samba, e os desafios enfrentados para registrar o nome da criança, além de relatar episódios de gentileza e solidariedade que marcaram sua trajetória nas ruas. O artista, hoje com 54 anos, compartilhou ainda conselhos para jovens artistas, valorizando a autoria, a dedicação e a autenticidade no fazer artístico — além de alertas contra alcoolismo e tabagismo. Ele destacou a importância de ter uma rede de apoio e de referências para superar o desalento, reforçando que a arte foi o caminho que escolheu para ressignificar a dor e transformar sua vida.

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A médica psiquiatra Daniela Bordini, uma das líderes desta ação junto ao Fantástico, fez questão de fazer uma explicação sobre os níveis de suporte do transtorno do espectro do autismo (TEA) e frisar que lá havia 30 entrevistas autistas, todos com níveis 1 e 2 de suporte, porém não havia nenhum autista nível 3 (casos em que o autismo traz impactos mais significativos): “A maioria deles [de nível 3 de suporte] não teriam condições de estar aqui num programa desse, mas eles não podem ser esquecidos”, destacou a médica, que é coordenadora do Ambulatório de Cognição Social TEAMM, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O quadro “Pode Perguntar”, que estreou no mês de conscientização do autismo (abril) — em que a entrevistada foi a atriz Vera Fischer —, é uma adaptação brasileira de um projeto francês — “Les encontres du papotin“ — já realizado com sucesso em mais de dez países. A iniciativa propõe uma inversão de papéis na comunicação e oferece ao público uma perspectiva única por meio da escuta ativa e da valorização das diferenças — além de reforçar a importância da inclusão e da representatividade nas mídias de grande audiência.

Assista ao vídeo completo do quadro “Pode Perguntar” abaixo ou  neste link.

 

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