12 de setembro de 2021

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Não, não existe esse negócio de todo mundo é um pouquinho autista. O autismo é um espectro e as pessoas que existem nessa condição não são mais ou menos autistas. Todas são pessoas autistas que apresentam as características inerentes ao TEA. Ou seja, dificuldades de comunicação e socialização, interesses restritos e comportamentos repetitivos e estereotipados, cada um à sua maneira dependendo de suas vivências.

Já que nem mesmo para os que estão dentro do espectro existe o “muito” ou o “pouco” autista, não seria para as pessoas neurotípicas (ou seja, as que não são autistas) que existiria essa classificação.

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Não existe também “cara de autista”. Muitas vezes a pessoa fala isso até com intuito de agradar. Mas saiba que o efeito, na maioria das vezes, é o inverso. Também soa preconceituoso você achar que é um elogio dizer que a pessoa não parece ser exatamente o que ela é.

Já quanto ao termo “portador de autismo”, saiba que além de equivocado é também meio bobo. Não há como alguém portar algo que faz parte de sua existência. É possível portar objetos, mas uma condição de existência não se porta.

Então seja um portador de bom senso e evite essas falas.

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Presidente da ONDA-Autismo e membro do Conselho de Autistas; ativista; administrador da página @autiesincero no Instagram, servidor público federal, palestrante e escritor.

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