2 de março de 2024

Tempo de Leitura: 3 minutos

O vereador Pier Petruzziello solicitou à prefeitura de Curitiba que incluísse o símbolo do autismo nos assentos preferenciais dos ônibus. O pedido do vereador atende autistas e suas famílias que muitas vezes não se viam respeitados no transporte público por conta da deficiência não aparente em grande parte dos casos.

A partir de março de 2024 os ônibus da cidade de Curitiba passarão a circular com o símbolo do autismo nos assentos reservados. Uma vitória da inclusão, da acessibilidade e dos autistas como um todo.  Para entender um pouco mais do projeto, conversamos com o vereador Pier Petruzziello, confira:

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(Eu Digo X) Qual foi o papel do vereador Pier Petruzziello na inclusão do símbolo do autismo nos assentos preferenciais dos ônibus de Curitiba?

Enviei um ofício à URBS (Urbanização de Curitiba) pedindo o reforço de sinalização nos ônibus da cidade, principalmente depois que a Lei Federal nº 14.626/2023 foi aprovada. No último dia 19, recebemos formalmente a confirmação do aceite ao nosso pedido.

(Eu Digo X) Como o vereador justifica a importância dessa medida para a comunidade autista e suas famílias?

Infelizmente ainda chegam muitos casos de desrespeito aos direitos das pessoas no transtorno do espectro autista no gabinete. Trabalho há muito tempo pela causa, por isso muitas famílias recorrem a mim. Confusões nos ônibus são muitas. Penso que, reforçando a sinalização aumentará a conscientização, ajudando essas pessoas que muitas vezes precisam do transporte coletivo. Eles têm direito ao assento preferencial e cabe sim ao poder público fazer com que a sociedade tenha consciência disso. Quanto mais informação, menos problemas teremos!

(Eu Digo X) Como essa iniciativa contribui para a inclusão e acessibilidade dos autistas na cidade de Curitiba?

Eu trabalho muito a conscientização. A primeira lei a falar de autismo em Curitiba é minha e foi justamente a implantação de uma semana de conscientização sobre o autismo. Na época (2016) ninguém falava do assunto na Câmara. Hoje essa semana é importante, atrai pessoas, leva informação. Temos uma série de eventos que acontecem, temos a imprensa tratando do assunto. Não existe inclusão e acessibilidade sem informação. O símbolo do autismo incluído nos assentos preferenciais tem tudo a ver com isso. Quem não sabe, quem desconhece, não terá mais essa desculpa.

(Eu Digo X) Quais são as expectativas do vereador em relação aos impactos dessa medida na vida dos autistas e de suas famílias?

Espero de fato que eles tenham seus direitos respeitados, sem o constrangimento de em uma situação difícil, ter que explicar para um terceiro o que acontece. Espero que a imprensa nos ajude a divulgar, nos ajude a mostrar o que um autista ou suas famílias passam em ônibus lotados. As pessoas além de respeitarem precisam entender, se colocar no lugar do outro.

(Eu Digo X) Além da inclusão do símbolo do autismo nos assentos preferenciais, quais outras medidas foram tomadas pela prefeitura de Curitiba para garantir a acessibilidade e inclusão dos cidadãos com deficiência no transporte público?

Esse caminho é muito longo ainda. Mas nessa mesma conversa junto a URBS, levei mais uma demanda que chega constantemente pra mim, de que alguns elevadores dos ônibus não funcionam adequadamente. Então solicitei que a manutenção desses equipamentos seja incluída nas manutenções periódicas. Logo serão e com certeza teremos menos problemas. Recebo constantemente pedidos de melhorias. E assim que chegam peço os devidos reparos. É um processo de formiguinha, que envolve a zeladoria urbana e que só funciona com a ajuda da sociedade. São as pessoas que nos ajudam a cuidar da cidade e consequentemente da acessibilidade e inclusão. Solicitei libras nos ônibus da linha turismo e pretendo que também seja implantada no transporte coletivo regular.

(Eu Digo X) Como o vereador pretende continuar trabalhando em prol da inclusão e acessibilidade dos autistas e de outras comunidades marginalizadas na cidade?

Eu costumo dizer que eu espero o dia em que a gente não precise falar sobre isso. Que seja o normal o respeito, a acessibilidade, a inclusão. Enquanto for preciso falar, trabalhar por isso, eu o farei. Meu compromisso com a causa é genuíno e é o que mais me realiza como homem público. Foi o que me motivou na política e é o que me faz não desistir.

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