1 de setembro de 2019

Tempo de Leitura: 2 minutos

Não se discute que elas existem, são bem documentadas. A questão, aqui, é que quando temos o diagnóstico de nossos filhos (quanto mais cedo melhor) e entramos em contato com essa tal janela, ficamos (sobretudo as mães) ligeiramente frenéticas(os). Tantas terapias! Tão pouco tempo! Tão caras! Mas, noblesse oblige, temos que fazer o nosso melhor, já que também é de conhecimento geral que “a culpa sempre é da mãe”, portanto não há alternativa senão sermos simplesmente perfeitas (e essa já é outra história).

Então, saímos a campo, horas de salas de espera (por incrível que pareça pais e/ou cuidadores não podem assistir às terapias!), rios de dinheiro investidos, terapias miraculosas, cansaço, muito cansaço. Nosso e de nossos filhos! 

Publicidade
ExpoTEA

E então? É isso mesmo que deve ser feito? Nem sempre, e sempre com muito discernimento. Vamos por partes: em princípio devemos pensar como um grupo, logo não devemos sacrificar as finanças da família em nome de terapias a, b ou c. Bom senso é fundamental. 

Também devemos levar em conta que nossos filhos passam algumas horas semanais com os terapeutas, mas passam muito mais horas conosco, portanto o principal estímulo deve vir do convívio familiar, que é grátis . É importante que saibamos como estimular nossos pequenos, mas jamais poderemos nos transformar em profissionais. Nossa relação deve ser sempre mãe/filho, ou pai/filho, os estímulos devem vir embrulhados em atividades diárias. Não é difícil, mas devemos saber o que queremos e o que fazer, não é? Daí percebemos que os pais/cuidadores são os que devem ser ensinados, que devem estudar, buscar e aprender. E insistir com as terapeutas para assistir às terapias. Também podemos usar jogos, brincadeiras, se possível engajando os outros irmãos (se houver). Mas, primeiramente, precisamos saber o que buscamos e como proceder, logo, estudar e aprender é fundamental!

Por outro lado, devemos ter em mente que essas janelas de oportunidade, ainda que existam e tenham importância, não querem, absolutamente, dizer que fora delas não há mais nada!  Longe disso! Nada no Universo é estático. Por que os neurônios de nossos filhos seriam? “Ah……passou a janela de oportunidade! O que aprendeu, aprendeu, o que não aprendeu…que pena!“ Bobagem! Aprendizado ocorre ao longo de toda a vida, novas habilidades podem ser desenvolvidas ao longo de qualquer fase. Novas conexões neuronais podem ser formadas na idade adulta. A velocidade em que tal ocorre é diferente, claro! Mas, vamos combinar, quem está apostando corrida? Queremos proporcionar aos nossos filhos todos os estímulos e aprendizados possíveis para tornar a sua vida mais fácil e prazerosa, dentro de suas potencialidades, não é isso? Então, para começo de conversa, é bom saber que ninguém, como pessoa, sabe até onde vai chegar. Isso também é verdade para nossos filhos dentro do TEA. Proporcionamos as ferramentas, damos os estímulos, ajudamos na caminhada, para que eles se desenvolvam de acordo com suas potencialidades. O tempo que o processo irá demandar é uma incógnita, até onde eles chegarão é outra. O importante é não esmorecer, persistir sempre — com bom senso, por favor!

COMPARTILHAR:

É casada e mãe de dois filhos, sendo o mais moço autista severo. Formou-se em odontologia, exerceu a profissão até 2006, quando decidiu dedicar-se integralmente ao filho.

Muotri envia minicérebros para o espaço em pesquisa de autismo

Rio tem seu 1º congresso internacional de autismo

Publicidade
Assine a Revista Autismo
Assine a nossa Newsletter grátis
Clique aqui se você tem DISLEXIA (saiba mais aqui)