1 de setembro de 2023

Tempo de Leitura: 2 minutos

Há poucos dias, em um sábado à noite, fomos comer pizza. Boas pizzas, em uma pizzaria muito nossa conhecida. Um bom vinho e uma noite fria, sem chuva. Perfeito, não é mesmo? Sim, principalmente por causa do ingrediente secreto … amigos! 

Fomos com nossos amigos de longa data, muito queridos, todos com seus filhos, por sua vez, amigos queridos do meu filho. Uma longa mesa, pais e filhos, todos desfrutando de uma noitada especial. Conversamos sobre muitas coisas, rimos muito e nos renovamos para mais uma temporada de dias comuns, com suas alegrias e tristezas. 

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Na banda de cá, onde estávamos nós, as amigas, um dos tópicos discutidos foi sobre o “ser feliz”. Todas nós, já senhoras, filhos casados e algumas com netos. Percebemos, então, que temos uma vida boa, apesar de não comum. Nossos filhos adultos estão conosco, não têm uma profissão formal — ainda que alguns trabalhem — e são bastante dependentes de cuidados e supervisão. Bem, claro que é uma preocupação, não somos lunáticas, mas não somos infelizes por isso. Ou melhor, não mais. 

Houve tempo em que minha vida era um desespero, vivia em ânsias, preocupada com o hoje e o amanhã e me culpando pelo passado. Mas o tempo, se bem usado, traz uma certa sabedoria, e nos permite usá-la equacionando as questões, especialmente determinando o que é e o que não é uma questão pertinente. E assim vamos colocando uma certa ordem no aparente caos de nossa vida. O que podemos resolver e o que não podemos, principalmente. Ao longo dos dias vamos trabalhando, lentamente, o que deve ser trabalhado. E todo nosso núcleo familiar vai crescendo e aprendendo, funcionando como uma corrente de bicicleta,, eheh. Às vezes, ocorrem uns percalços, mas colocamos tudo nos eixos e seguimos pedalando. Por que é assim que tem que ser, é assim que queremos que seja.

E eis que, em uma bela noite de sábado, me percebo feliz. Minha vida nem remotamente é parecida com a de meus irmãos, a vida do meu filho é bem diferente da de seus primos. Sim, certamente. Mas somos desgraçados por isso? Não, absolutamente. Desfrutamos a vida, nos regozijamos com as pequenas conquistas do dia a dia, aproveitamos os momentos em sociedade, com os amigos e familiares queridos. 

E as incertezas da vida? Bem, essas eu entrego nas mãos de Deus, que afinal de contas, é o dono e senhor da Vida.

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É casada e mãe de dois filhos, sendo o mais moço autista severo. Formou-se em odontologia, exerceu a profissão até 2006, quando decidiu dedicar-se integralmente ao filho.

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