15 de janeiro de 2023

Tempo de Leitura: 2 minutos

Quando paramos para refletir sobre os nossos hábitos, é difícil não pensarmos quão cansativo ou custoso pode ser incluir ou retirar um comportamento na rotina. É comum a vontade de nos comprometer a incluir um novo hábito saudável, como praticar um exercício ou deixar de ter outros como fumar. Para isso, e para diversos outros comportamentos corriqueiros, nós buscamos estratégias que aumentem as chances de atingirmos nossos objetivos.

Pessoas autistas não estão isentas de apresentar dificuldades em criar ou retirar um hábito do seu cotidiano. Inclusive, algumas podem até mesmo apresentar mais
dificuldades em organização e na estruturação de uma rotina. Isso porque podem apresentar alterações em componentes de funções executivas, que são responsáveis por gerenciar processos cognitivos e importantíssimos para facilitar o planejamento.

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Uma das formas que uma pessoa com dificuldades em organização e planejamento pode adquirir mais domínio sobre seu próprio comportamento ou sobre sua rotina é através do autogerenciamento. O autogerenciamento consiste na aplicação de princípios cognitivistas e comportamentais que tem como objetivo modificação do nosso próprio comportamento. Isso é possível a partir do momento em que temos controle sobre as condições que estimulam comportamentos indesejáveis ou desestimulam os comportamentos desejáveis.

O foco do autogerenciamento é intervir em um comportamento que gostaríamos de mudar, ou seja, o comportamento-alvo. Os comportamentos-alvos podem ser “déficits comportamentais” ou “excessos comportamentais”. Ou seja, os déficits podem ser atividades que são pouco realizadas, enquanto os excessos são aqueles comportamentos fazemos muitas vezes ou por muito tempo.

Uma vez definido o que queremos modificar em nossa rotina, ou seja, quais comportamentos gostaríamos de aumentar e diminuir de frequência ou duração, podemos traçar um plano manipulando estímulos que aumentem as chances de nos comportarmos da maneira que queremos, sejam eles anteriores ou consequentes ao comportamento em si.

Uma das estratégias mais estudadas no autogerenciamento como forma de aumentar ou diminuir a frequência de um comportamento é o automonitoramento. Ele é um procedimento em que a pessoa simplesmente deve registrar a ocorrência ou não ocorrência do comportamento-alvo a partir de uma auto-observação. Um exemplo disto é quando queremos incluir uma rotina de exercícios físicos em nossa semana e registramos todas as vezes que vamos até a academia ou fazemos uma caminhada.

Outra forma bem simples de trabalhar com o autogerenciamento é acrescentando em nossa rotina estímulos que ajudem a nos lembrar de realizar uma atividade. Eles podem ser uma dica verbal, como uma anotação, ou até mesmo um alarme configurado no celular. Uma simples nota adesiva colada na geladeira escrito “Lembrar de tomar as vitaminas” pode servir como uma dica verbal para uma pessoa que precisa se lembrar das
vitaminas logo no café da manhã.

Quando viável, também pode ser interessante fazer mudanças no ambiente que facilitem o cumprimento do objetivo definido, como deixar longe um objeto necessário para um comportamento que queremos reduzir. Por exemplo, um estudante que queira diminuir as distrações durante o período de estudo pode deixar o seu celular em um outro cômodo diferente daquele em que está estudando.

No próximo artigo, seguiremos com esse tema, trazendo mais algumas estratégias de autogerenciamento.

Por Juliana Fungaro

Especialista em desenvolvimento pessoal

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