15 de dezembro de 2022

Tempo de Leitura: 2 minutos

Um estudo francês de 2022 indica um aumento de agressões às mulheres autistas com relatos de início da violência ainda quando muito jovens. A OMS acredita que a questão do gênero e da vulnerabilidade contribuam para o aumento de casos. O estudo aponta ainda que muitas mulheres autistas são violentadas repetidamente e dentro de suas próprias casas, o que é típico dos casos de abuso e estupro de menores e vulneráveis.

Campanhas de conscientização, informação, educação e prevenção são as armas contra esse tipo de crime tão abominável.

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O perfil @vozdoautista, no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, publicou que “a European Women’s Lobby concedeu financiamento à European Council of Autistic People para um projecto de 3 meses para combater a violência contra mulheres e meninas autistas.”

Material de divulgação, prevenção e questionários visando compreender a experiência da violência serão criados pela EUCAP para auxiliar associações de autistas na defesa e prevenção.

Um mapeamento do Banco Mundial (2019) sobre a violência indicou que:

  1. A discriminação e a violência começam cedo
  2. Jovens meninas com deficiência são excluídas de programas de saúde reprodutiva e educação sexual
  3. A reprodução na vida adulta é marcada por estigmas e concepções erradas
  4. Riscos aumentados de violência sexual são reais para mulheres com deficiência, mesmo durante a maturidade.

O tema é grave, urgente e requer medidas de políticas públicas de atuação, prevenção e cuidados.

O tema da Saúde Sexual de Pessoas com Deficiência vem sendo debatido pela Fiocruz e formas de divulgação e soluções estão sendo estudadas. Em outubro participei de uma maratona como mentora para estabelecer metas e programas de inclusão da pessoa com deficiência na Saúde Sexual (exames de prevenção, consultas, informações).

No Brasil, o grupo Eu Me Protejo conta com cartilhas, livros, jogos, cursos, capacitação, teatro, música promovendo informações de prevenção e denúncia da violência sexual contra pessoas com deficiência e crianças. Todo material foi criado em linguagem simples, áudio livros, LIBRAS para oferecer acessibilidade de comunicação.

Em recente apresentação do material em uma instituição, 5 (cinco) crianças com deficiência identificaram a si mesmas como tendo sido abusadas.

O tema é urgente e precisa ser levado a sério pelas autoridades e associações.

A informação é a melhor forma de prevenção. Brinque, ofereça material apropriado aos seus filhos e alunos que estaremos salvando vidas.

Diga não á violência sexual contra mulheres, crianças e pessoas com deficiência.

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É psicóloga clínica, terapeuta de família, diretora do Centro de Convivência Movimento – local de atendimento para autistas –, autora de vários artigos e capítulos de livros, membro do GT de TEA da SMPD de São Paulo e membro do Eu me Protejo (Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 2020, na categoria Produção de Conhecimento).

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