6 de novembro de 2025

Tempo de Leitura: 2 minutos

O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., na semana passada (29.out.2025), afirmou que não existem evidências científicas suficientes para afirmar que o uso do analgésico Tylenol (acetaminofeno) cause autismo. Apesar disso, ele recomendou “cautela no uso do medicamento durante a gravidez”, destacando que “alguns estudos sugerem uma possível associação”.

“Não é suficiente para dizer que o Tylenol definitivamente causa autismo, mas é muito sugestivo”, declarou Kennedy a jornalistas em Washington, referindo-se a pesquisas com animais, amostras de sangue e estudos observacionais. “Deve-se ter uma abordagem cautelosa em relação a isso”, acrescentou.

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Processo no Texas

As declarações de Kennedy foram feitas um dia após o estado do Texas processar a empresa Kenvue, fabricante do Tylenol, sob acusação de ocultar dados sobre riscos à saúde. A Kenvue, que se separou da Johnson & Johnson em 2023, nega qualquer relação entre o uso do medicamento e o autismo. Em nota, a empresa afirmou que “não há associação causal definitiva entre o uso de acetaminofeno e o autismo” e reforçou que “gestantes devem sempre consultar um profissional de saúde antes de tomar qualquer medicamento”.

Debate público e posicionamento do governo

A polêmica teve início em setembro, quando o presidente Donald Trump recomendou publicamente que mulheres grávidas evitassem o uso do Tylenol — sem apresentar evidências científicas que sustentassem a orientação. A Food and Drug Administration (FDA) anunciou posteriormente que iniciaria uma revisão de segurança sobre o acetaminofeno, reconhecendo que há estudos com resultados contraditórios e ressaltando os riscos de febre não tratada durante a gestação.

A posição oficial do Departamento de Saúde é de que, diante da falta de consenso científico, profissionais de saúde devem exercer seu melhor julgamento clínico. A discussão ocorre em um contexto de aumento da prevalência de autismo nos Estados Unidos: dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) indicam que, em 2022, uma em cada 31 crianças de 8 anos foi diagnosticada com o transtorno do espectro do autismo (TEA), um número cinco vezes maior do que no ano 2000.

Para mais informações, a reportagem original (em inglês) pode ser lida no site USA Today e em diversos outros veículos de imprensa dos EUA.

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Editor-chefe da Revista Autismo, jornalista, empreendedor.

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