Graduado em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Unidesc), com especializações em Produção Multimídia pela Cesusc e inclusão e diversidade nas organizações no Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi), Rodrigo Tramonte é cartunista, palestrante e ativista. Depois de receber o diagnóstico de autismo em 2011, começou a participar da comunidade do autismo e publicou um livro sobre o lado engraçado do autismo. Em entrevista dada ao podcast Espectros lançada nesta quinta-feira (25), falou sobre a sua experiência como autista e TDAH e a sua atividade como palestrante.

“Antes da descoberta do autismo, diria que dos 10 até os 30 anos, eu fiquei me definindo como um menino que gosta de desenhar, que sabe tudo sobre desenho. Só que por causa disso eu acabei meio que limitando a minha própria identidade. A mensagem que eu resolvi passar com as palestras foi de evitar cair nesse estereótipo do exemplo de superação. ‘Ah, que apesar de ele ter autismo, ele sabe desenhar bem’. Não, o que eu quero mostrar é o contrário. Apesar de eu saber desenhar bem, eu ainda… eu tenho autismo. Eu tenho as minhas dificuldades. Eu preciso de suporte pra superar essas dificuldades. Assim como todos nós precisamos”, afirmou.

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Foi somente em 2013 que Tramonte decidiu falar abertamente sobre sua condição, após inicialmente compartilhar apenas com pessoas próximas. Depois de ingressar na ONG Autonomia em 2013, o palestrante buscou não apenas conscientizar as pessoas sobre o autismo, mas também promover diálogos sobre a questão.

Durante a entrevista, Rodrigo também falou sobre seu interesse por desenho, os primeiros ativismos dos autistas no Brasil, suas atuais atividades profissionais, os conteúdos culturais sobre autismo e a sua candidatura a vereador nas eleições municipais de 2020.

O Espectros é o podcast de entrevistas da Revista Autismo / Canal Autismo (acesse http://canalautismo.com.br/espectros). Mensalmente, o jornalista Tiago Abreu recebe as pessoas que constroem a comunidade do autismo no Brasil para saber mais sobre estes indivíduos além da história, seja familiar, profissional ou pessoal com o diagnóstico.