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Uma reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (28) discute os aspectos que envolvem a identificação do autismo. O diagnóstico do autismo é feito, em grande parte, com base em padrões comportamentais como dificuldades de socialização, comunicação e questões sensoriais. No entanto, pesquisadores destacam a importância de investigar marcadores biológicos que possam contribuir para uma compreensão mais ampla da condição.
Segundo a reportagem, a origem biológica do autismo foi defendida nas primeiras décadas de estudo da condição, mas houve um período em que a falta de afeto materno foi considerada uma possível causa. Essa ideia foi impulsionada por Bruno Bettelheim, foi refutada, e a explicação biológica voltou a ter maior aceitação, embora ainda existam lacunas quanto à relação entre genética e autismo.
Casos de gêmeos univitelinos em que apenas um apresenta autismo indicam que alterações epigenéticas podem influenciar o desenvolvimento da condição. Para especialistas, é difícil definir uma única base biológica comum a todos os quadros de autismo, o que dificulta a identificação de um marcador universal. Essa diversidade no espectro torna o avanço na pesquisa de biomarcadores um desafio.
De acordo com os especialistas entrevistados, a existência de marcadores biológicos poderia beneficiar tanto o diagnóstico quanto a definição de tratamentos mais adequados. Um diagnóstico precoce, por exemplo, permitiria criar ambientes que estimulem o desenvolvimento social de crianças com risco para autismo, o que pode reduzir o impacto do transtorno. Terapias voltadas à aprendizagem e ao estímulo da comunicação são exemplos de intervenções possíveis nesses casos.