22 de fevereiro de 2024

Tempo de Leitura: 3 minutos

Neste domingo (18.fev.2024), as gravações de “MMA — Meu melhor amigo”, o filme sobre autismo estrelado por Marcos Mion, se encerram em São Paulo (SP), com diversas locações, inclusive um dos lugares mais inusitados para as cenas foi um fliperama, o “Old School”. O lançamento do filme está previsto para o fim deste ano.

O filme, que iniciou as gravações em 09.jan.2024, agora vai para edição de imagens e montagem, contou com uma cena de luta com dois rapazes autistas adultos. Dirigido por José Alvarenga Jr. (diretor de “Os Normais”), Marcos Mion protagoniza o longa com novo visual, atlético e forte, para viver Max Machadada, um lutador que, enquanto trata uma lesão, descobre ser pai de um garoto autista de 8 anos. O papel do filho autista de Max ficou com o ator mirim Guilherme Tavares.

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Mentoria

Kenya Diehl foi a mentora especializada em autismo do filme, fazendo, por exemplo, análise do roteiro e orientação do elenco em todas as questões que envolvem o tema. No final das gravações de “MMA”, Kenya deu entrevista à Disney, ao lado de Mion, para a produção do making of do longa. Além de “MMA”, Diehl também prestou consultoria para a Netflix, na dublagem da versão brasileira da série Amor no Espectro (Austrália e EUA).

“Eu acredito que esse filme veio para trazer uma mensagem de inspiração para as famílias, especialmente para os pais, que por vezes sentem medo ou receio de conviver com o autismo. É como as batidas do coração que se encaixam perfeitamente num enredo escrito basicamente com amor”, argumentou Kenya. “O filme foi muito bem feito, muito real, e a questão do autismo foi abordada de uma forma muito leve. A construção do personagem autista foi muito coerente, levando em consideração que cada autismo é único, com as estereotipias, as manias, as sensibilidades sensoriais montadas especificamente para ele, como se fosse uma pessoa real”, revelou Kenya Diehl — que fez um post no seu Instagram falando da emoção por participar deste projeto.

Direto da Holanda

Remotamente da Holanda, a jornalista Fátima de Kwant, mãe de autista e especialista em autismo, também prestou consultoria para o filme de Mion, fazendo palestras e analisando o roteiro. “O ‘MMA’ (filme) vai mexer com a cabeça de muita gente, vai quebrar preconceitos e mostrar o autismo na vida real”, avaliou Kwant.

Aliás, a Fátima me enviou um relato tão rico em detalhes, que optei por publicá-lo na íntegra, a seguir:

“Há uns meses, o Marcos me contou que estava criando um filme onde ele estrelaria e incluiria um personagem autista. Achei o máximo, claro! Logo após, veio o convite para eu fazer a consultoria de autismo junto da Kenya (Diehl), amiga e parceira há quase uma década. Muito honrada, aceitei a função e, quase imediatamente, começaram as reuniões com a produção. Recebi o roteiro e fiquei encantada com a história e com a inclusão do personagem autista. Fiz algumas sugestões que achei importantes para que o filme mostrasse o autismo como é, sem os estereótipos que estamos cansados de ver em séries de televisão. O Bruno, lindamente incorporado pelo artista mirim, Guilherme Tavares, precisava ter credibilidade. 

Achei incrível a sintonia com a Kenya nas observações e sugestões que fizemos, mesmo sem termos alinhado previamente. O alinhamento foi a fase seguinte, em reuniões com nós duas, a produção e a atriz Andréia Horta, uma das estrelas do filme. Minha última participação ativa foi em dezembro do ano passado, em uma palestra sobre autismo para todo o elenco e produção. Cerca de 60 pessoas on-line, Marcos, Kenya e o diretor, José Alvarenga. Foi lindo demais receber o feedback do pessoal sobre o aprendizado  que tinham assimilado, ali. 

Marcos fez questão de que todos os envolvidos no filme soubessem mais sobre TEA e acredito que tenha cooperado para o clima inclusivo do filme, afinal, conhecimento é poder! 

No mês passado, a Kenya passou a frequentar o set e, simplesmente, arrasou! De vez em quando ela me contava como havia sido a cena do dia e as adaptações que havia sugerido para o personagem autista. Que diferença o coaching dela fez! Eu não podia estar mais orgulhosa: pela Kenya, pelo Marcos e por todos que se empenharam para que o autismo entrasse, literalmente, na fita!”

 

CONTEÚDO EXTRA

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Editor-chefe da Revista Autismo, jornalista, empreendedor.

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