1 de setembro de 2023

Tempo de Leitura: 2 minutos

Se autistas já têm dificuldades no ambiente social da vida pessoal, já parou pra pensar em como isso pode impactar na vida profissional no ambiente de trabalho?

Ao navegar brevemente no LinkedIn, é possível encontrar vários relatos de (ou sobre) autistas no trabalho (não só no Brasil) e as dificuldades para entrar no mercado de trabalho. É uma luta, na maioria das vezes árdua e morosa, com processos de seleção genéricos que não oferecem o mínimo de apoio, ou que até literalmente inibem autistas, ou pessoas com outras deficiências, de conseguir a vaga. Mas hoje, o tema que quero trazer é sobre quando o autista consegue o seu primeiro emprego.

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Muitas empresas se proclamam “inclusivas”, mas na prática não procuram correr atrás de entender como o diagnóstico pode impactar o desempenho da pessoa, muitas vezes criando ilusões de que todo autista é um gênio e que “tirou a sorte grande”. Profissionais de RH ou lideranças que se questionam, ou são questionados em reuniões, pelos “comportamentos inadequados”, pela sinceridade vista como falta de respeito, pela estranheza em ver alguém que desempenha tarefas complexas e sobre ao ter que lidar com coisas simples, ou mesmo que não atendeu ao prazo de uma demanda nova de última hora que fugia completamente da rotina, mas que todo mundo conseguiu exceto a pessoa em questão. Tais exemplos, entre tantos outros, culminam no desligamento da pessoa autista da empresa.

As empresas têm que passar a entender que igualdade tem que andar lado a lado com equidade. Uma imagem que corre na internet ilustra isso muito bem, onde três crianças de tamanhos diferentes tentam ver um jogo esportivo por uma janela alta. Quando se aplica igualdade, e se colocam três caixotes para cada um aumentar sua altura, o segundo passa da janela, outro consegue ver, e o terceiro nem alcança. Equidade, é analisar o caso de cada um e fornecer o número de caixotes necessários para que todos possam ter a mesma oportunidade justa de ver o jogo pela janela.

Por isso as empresas devem promover palestras para explicar para disseminar conhecimento sobre os tipos de deficiência e seus impactos, aumentando a conscientização dos colaboradores. Saber das dificuldades de uma pessoa deficiente e ajudá-la a superar os obstáculos não é uma regalia, é trabalhar a empatia do ser humano e ser inclusivo, permitindo que todos tenham uma chance de se sentirem parte de algo, e que todos podem, e devem ser felizes. Pense nisso e nos ajude a criar um mundo mais inclusivo!

Jonatas Silva Ribeiro

É desenvolvedor mobile, especialista em Administração de Sistemas de Informação e Novas Tecnologias Educacionais. Ativista pró inclusão de autistas e deficientes em geral, atua em um dos grupos de inclusão de minorias (pessoas deficientes) da empresa onde trabalha, sendo palestrante, bem como ajudando a promover inclusão e melhoria para os colaboradores deficientes. Foi diagnosticado autista aos 35 anos, em 2019.

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