8 de julho de 2025

Tempo de Leitura: 3 minutos

Em um país onde milhões de famílias dedicam-se integralmente aos cuidados de entes queridos com deficiência, surge um importante passo no Congresso Nacional para amparar esses heróis diários. O Projeto de Lei (PL) 1.225/2024, em tramitação na Câmara dos Deputados, propõe uma mudança significativa nas regras da Previdência Social, buscando garantir direitos e segurança para pais e mães que são cuidadores de pessoas com deficiência.

Muitas vezes, a dedicação a um filho ou filha com deficiência exige tempo e energia que impossibilitam a busca por um emprego formal, deixando esses cuidadores sem acesso a benefícios previdenciários essenciais como aposentadoria, auxílio-doença ou pensão por morte. É para corrigir essa lacuna que o PL 1.225/2024 foi criado.

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O que o Projeto Propõe?

O coração do PL é a criação de um Sistema Especial de Inclusão Previdenciária. Basicamente, ele altera a Lei da Previdência Social para permitir que esses cuidadores se filiem como segurados facultativos, ou seja, que contribuam para o INSS mesmo sem ter um vínculo de trabalho formal.

A grande inovação é que essa filiação poderá ser feita com uma alíquota reduzida, e o mais importante: sem que a renda da família seja um impedimento. Isso significa que a lei reconhece que a dedicação exclusiva ao cuidado, muitas vezes, impede o cuidador de gerar renda, e não deveria ser um obstáculo para ter seus direitos previdenciários.

A relatora do Substitutivo (uma versão aprimorada do projeto original), Deputada Katia Dias, ressalta que “é indevido estabelecer essa restrição de renda para uma pessoa que se dedica exclusivamente ao trabalho de cuidado familiar e o faz não por opção, mas por necessidade, e até por omissão do Estado em implementar uma Política Nacional de Cuidados”. (Se tiver interesse em ler o relatório completo, clique aqui).

Quem pode ser beneficiado?

Inicialmente, a discussão focou em “mães atípicas”, mas o texto mais recente do projeto deixou claro: o benefício é para pais e mães atípicos. Isso garante que qualquer genitor que assume a responsabilidade principal pelos cuidados de um filho ou filha com deficiência possa ter acesso a essa proteção previdenciária, sem distinção de gênero.

Onde o Projeto Está Agora?

O PL 1.225/2024 tem avançado no Congresso. Ele já foi aprovado na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD) e, atualmente, está na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF), aguardando a designação de um novo relator.

Para que se torne lei, ele ainda precisa ser aprovado em outras comissões da Câmara dos Deputados, como as de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para o Senado Federal.

Este projeto representa um passo fundamental para reconhecer e valorizar o trabalho árduo e invisível de milhões de cuidadores no Brasil, garantindo-lhes um futuro com mais dignidade e segurança social.

Perguntas e Respostas sobre o PL 1.225/2024

Confira as principais dúvidas sobre esse importante projeto de lei:

  1. O que é o PL 1.225/2024?É um Projeto de Lei que busca criar um sistema especial na Previdência Social para garantir que pais e mães que cuidam de pessoas com deficiência possam contribuir para o INSS como segurados facultativos, com uma alíquota reduzida e sem restrição de renda.
  2. Quem exatamente será beneficiado por este projeto?O projeto beneficia pais e mães atípicos, ou seja, qualquer genitor que se dedique ao cuidado de um filho ou filha com deficiência e que, por isso, não consiga trabalhar e contribuir de forma tradicional para a Previdência.
  3. Por que é preciso criar um sistema especial para esses cuidadores?Muitos pais e mães dedicam seu tempo integralmente aos cuidados de seus filhos com deficiência, o que dificulta ou impossibilita a entrada no mercado de trabalho formal. Sem esse sistema, eles ficam sem acesso a direitos previdenciários como aposentadoria e auxílio-doença. O projeto visa corrigir essa injustiça.
  4. Em que fase da tramitação o PL 1.225/2024 está atualmente?O projeto está na Câmara dos Deputados. Ele já foi aprovado em uma comissão importante (CPD) e, no momento, aguarda a designação de um relator na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF).
  5. O que precisa acontecer para que este projeto se torne lei? Para virar lei, o PL precisa ser aprovado em mais algumas comissões na Câmara dos Deputados (como Finanças e Constituição e Justiça) e, depois, seguir para votação e aprovação no Senado Federal.
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Rodrigo Vitor Couto do Amaral é pai de autista e advogado formado pela PUC Goiás há mais de 20 anos.

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