25 de outubro de 2025

Tempo de Leitura: 2 minutos

Graduada em Psicologia pela Universidade Paulista e pós-graduada em Terapia Familiar pela PUC-SP, Paula Ayub atua em projetos relacionados ao autismo e deficiências há mais de 30 anos. Depois de ter contato com a temática do autismo nos anos 1980, atendeu autistas no contexto clínico, escreveu artigos e livros e participou de projetos voluntários no setor público. Em entrevista ao podcast Espectros lançada neste sábado (25), Paula abordou sua trajetória e percepção sobre temas relacionados ao autismo.

Nascida em Agudos, interior de São Paulo, Paula conta que sua vocação surgiu cedo e teve contato com o autismo a partir do filme Meu Filho, Meu Mundo. Durante um intercâmbio nos Estados Unidos, estudou psicologia do desenvolvimento e decidiu seguir carreira na área da saúde mental. De volta ao Brasil, iniciou estágios em clínicas especializadas, e chegou a trabalhar com o psiquiatra Reimond Rosenberg, um dos pioneiros no tratamento do autismo no país.

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Nos anos 1990, Paula fundou o Centro de Convivência e Movimento, um espaço voltado ao desenvolvimento da autonomia e da comunicação de pessoas autistas. Diferente das escolas especiais da época, o centro oferecia atividades práticas do cotidiano, como arrumar a mesa, tomar banho ou escolher uma roupa, buscando promover inclusão dentro das próprias casas e aliviar a sobrecarga das famílias. O projeto também funcionava como um espaço de acolhimento, chegando a oferecer hospedagem temporária para autistas cujas famílias precisavam de descanso.

A psicóloga lembrou que, no início, seu trabalho era visto como ousado, já que muitos consideravam inviável ensinar autonomia a autistas não verbais. Mesmo assim, Paula perseverou, desenvolvendo métodos próprios como o uso de cartelas visuais antes mesmo de conhecer o sistema PECS. Ela buscava sempre provar que os autistas podiam se comunicar, mesmo quando não utilizavam a fala. “A gente não via autista. Autista estava institucionalizado nessa época. Eu sempre acreditei na inclusão, sempre quis botar todo mundo pra fora”, contou.

Paula também destaca a influência da psiquiatra britânica Lorna Wing, que introduziu o conceito do espectro autista. Após ouvir Wing em um congresso na Escócia, em 2000, Paula teve contato com o autismo na vida adulta e seu interesse também se voltou para adolescentes e adultos autistas, especialmente os verbais, o que levou a um redirecionamento de seu trabalho para escolas e universidades. Além da atuação clínica e social, Paula também se engajou em políticas públicas. Ela participou de grupos de trabalho sobre deficiência na Prefeitura de São Paulo.

O Espectros é o podcast de entrevistas da Revista Autismo / Canal Autismo (acesse http://canalautismo.com.br/espectros). Mensalmente, o jornalista Tiago Abreu recebe as pessoas que constroem a comunidade do autismo no Brasil para saber mais sobre estes indivíduos além da história, seja familiar, profissional ou pessoal com o diagnóstico.

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