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A Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados promoveu, nesta terça-feira (17), uma audiência pública em alusão ao Dia Mundial do Orgulho Autista, celebrado em 18 de junho. O encontro foi requerido pelo deputado Luiz Couto (PT-PB) e contou com a participação de representantes de organizações da sociedade civil, pesquisadores, familiares e pessoas autistas, e teve como foco o fortalecimento de políticas públicas voltadas à inclusão e ao reconhecimento da neurodiversidade.
Pedro Lucas Costa e Lopes, representante da organização Autistas Brasil, defendeu o protagonismo das pessoas autistas na formulação de políticas públicas. “Essa data surgiu como um contraponto ao 2 de abril. Isso significa que as pessoas autistas tínhamos e ainda temos, provavelmente teremos durante bastante tempo, infelizmente, uma demanda muito clara de autorrepresentação e o quanto que isso é fundamental para o nosso desenvolvimento e para o desenvolvimento nosso como coletivo”, afirmou.
Já o sindicalista Cleodo Vieira, pai de dois filhos autistas, abordou os desafios enfrentados pelas famílias, especialmente por mães solo, na rotina de cuidados e na busca por atendimento adequado. A psicóloga Michele Andrade reforçou a necessidade de ampliar o acesso a diagnósticos e terapias. O escritor Oswaldo Freire sugeriu a criação de defensorias especializadas em autismo nos Ministérios Públicos e propôs a formação de grupo de estudos na Câmara para analisar a vulnerabilidade de pessoas autistas em casos de violência e abandono.
Fernando Cotta, presidente da Comissão dos Direitos dos Autistas da PRF, relatou sua trajetória de ativismo inspirada pela experiência com seu filho e ressaltou a importância da criação do Movimento Orgulho Autista Brasil (MOAB), há 20 anos. Ele afirmou que, apesar dos avanços legislativos, o atendimento ainda é insuficiente. “Nós lutamos hoje por centros de referência, clínicas escola, locais onde possam atender essas pessoas. E a qualificação”, disse.