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O UOL Viva Bem publicou uma reportagem sobre autistas com dificuldade de acesso ao mercado de trabalho. Em entrevista publicada nesta quarta-feira (12), Américo Júnior, autista de 35 anos, falou sobre o desafio. “Normalmente, me consideram estranho para as vagas gerais e normal demais para os cargos PCD”, afirmou.
A Lei 12.764/12 reconhece autistas como pessoas com deficiência, mas estereótipos dificultam a inserção de autistas no mercado de trabalho. Em alguns contextos, empresas preferem contratar outras deficiências devido à falta de conhecimento sobre autismo.
Camila Signorini, autista e analista de qualidade de software, descobriu seu diagnóstico aos 29 anos. Ser mulher e ter altas habilidades dificultou seu diagnóstico, sofreu bullying na escola e enfrentou desafios na vida acadêmica. Apesar das dificuldades, aproveitou suas habilidades para conquistar seu espaço no mercado.
“Na empresa que atuo, entrei como assistente no time de operações, antes de saber sobre meu autismo. O processo seletivo foi tranquilo: uma entrevista e um teste. Digo que o autismo pode tanto ajudar quanto dificultar nesse aspecto”, contou.
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Nota do editor: Vale destacar que em muito veículos cita-se um dado que não existe: de que o Brasil tem 15% de autistas empregados — ou 85% de autistas desempregados —, segundo o IBGE. Porém, o IBGE não tem esses números relacionados a autistas no Brasil. Há um texto de 2019, da Época Negócios, que cita essa informação, porém não apresenta sem nenhum link para a fonte do IBGE. A reportagem da Revista Autismo entrou em contato com o IBGE e confirmou que esse número nunca existiu. A Revista Forbes publicou, em 2019, uma informação mundial sobre a empregabilidade de autistas com dados da ONU — Organização das Nações Unidas: estima-se que 20% dos autistas estavam empregados no mundo em 2019. Dados de alguns países também dão pistas sobre o assunto, como no texto “Autismo e o mercado de trabalho”, de Nathália Vasconcelos: “As estatísticas sobre empregabilidade e TEA mostram que cerca de 29% dos adultos autistas estão empregados no Reino Unido (Sparkes et al., 2022), enquanto os Estados Unidos e Australia apresentam a taxa de 38% dos autistas empregados (Australian Bureau of Statistics, 2018; Roux et al., 2017)“.