O artista plástico Lucas Ksenhuk, ilustrador da Revista Autismo desde 2019, é um dos 24 artistas neurodivergentes do mundo a ter sua obra exposta na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA). A participação brasileira integra a mostra Perceptions of Sentience, organizada pela entidade norte-americana Strokes of Genius, com apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), no contexto das ações globais do Dia do Orgulho Autista, celebrado todo 18 de junho. A exposição ficou aberta ao público entre 01.abr e 13.jun.2025.

A obra de Lucas, intitulada Van Gogh, é um acrílico sobre tela de 50 cm x 50 cm, criada em 2024, inspirada na frase do próprio pintor holandês: “Art is to console those who are broken by life”. Segundo o catálogo da mostra, a pintura é uma forma de conexão com a experiência humana, trazendo conforto e consolo em tempos de dificuldade e dor. Além de Ksenhuk, nomes como o artista britânico Stephen Wiltshire — conhecido mundialmente por ter desenhado toda a cidade de Nova York com impressionante precisão após um único voo de helicóptero — também participaram da exposição.

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Jovem talento

Lucas é o artista autista brasileiro mais jovem a ter uma obra exposta na sede da ONU. Ele ilustra artigos e reportagens da Revista Autismo há mais de cinco anos e foi responsável pela capa da edição nº 14, lançada em 2021. Ao celebrar a conquista, o artista comentou em suas redes sociais: “Me senti muito honrado em estar lá, representando o Brasil, o autismo e minha história. Foi emocionante visitar a ONU, ver as obras e conhecer as histórias de outros artistas autistas. Um momento único, cheio de significado!”, publicou Ksenhuk.

A exposição internacional teve como objetivo ampliar o diálogo sobre saúde mental, expressão emocional e estigmas associados ao autismo e outras formas de neurodivergência. Ao todo, foram exibidas 31 obras produzidas com técnicas variadas — como acrílico, aquarela, grafite e nanquim — por artistas da Sérvia, Israel, Índia, Irlanda, Reino Unido, Austrália, Filipinas, Brasil e Estados Unidos. Os visitantes podiam acessar conteúdos em QR Code com informações sobre os autores e suas mensagens ao público.

Com forte carga simbólica, a presença de Lucas na ONU representa um marco não só em sua trajetória pessoal e artística, mas também na luta por visibilidade e valorização das múltiplas formas de expressão das pessoas autistas. A exposição integra o calendário oficial de eventos do UNFPA e pode ser consultada no site das Nações Unidas, na seção de mostras artísticas internacionais: un.org/en/exhibits/exhibit/perceptions-sentience.

Na sede da ONU (EUA), artistas autistas se reunem para foto na abertura da exposição.