20 de outubro de 2022

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Recentemente tivemos a notícia, e não foi a primeira, que um pai andava de mãos dadas com seu filho autista e sofreu comentários homofóbicos.

O caso ocorreu no Chile, mas muitos outros em diversas partes do globo já foram denunciados e relatados pela imprensa.

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Precisamos pensar seriamente sobre a homofobia, até mesmo porque a comunidade LGBTQIA+ é muito presente na vida adolescente e adulta do autista.

A homofobia é crime, assim como o racismo e negar acessibilidade de alguém por motivo de deficiência em espaço público ou privado. Contra isso, não há o que argumentar. São leis que estão previstas no código penal.

Não há como lutarmos apenas por uma causa e negarmos a existência de outros crimes contra os direitos humanos, seja por motivos religiosos ou políticos. Quem defende a homofobia, defende a segregação, a exclusão e o direito de as pessoas serem livres para serem quem quiser ser.

A mesma pessoa que comete o crime de homofobia é a mesma pessoa que acredita que crianças com deficiência e autistas atrapalham as salas de aula. São as mesmas pessoas que acreditam que o autista é quem precisa se adaptar à sociedade e não o inverso, como ouvi essa semana.

Que valores estamos construindo para os nossos descendentes? Minha defesa aqui não é apenas pelo direito de um pai de autista poder andar de mãos dadas com seu filho. Esse assunto é para além do autismo. É pelo direito, garantido pela Constituição, de andarem de mãos dadas, mães e filhas, pais e filhos, irmãos, amigos e apaixonados e quem mais quiser.

E que a máxima “ninguém larga a mão de ninguém” seja cada vez mais celebrada e ampliada.

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É psicóloga clínica, terapeuta de família, diretora do Centro de Convivência Movimento – local de atendimento para autistas –, autora de vários artigos e capítulos de livros, membro do GT de TEA da SMPD de São Paulo e membro do Eu me Protejo (Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 2020, na categoria Produção de Conhecimento).

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