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Esses dias uma pessoa me perguntou por que eu gosto de escrever livros infantis. A resposta é bem simples. Meu objetivo é passar mensagens que ajudem as crianças (e as pessoas adultas também) a se tornarem mais empáticas com os outros, não somente com pessoas atípicas, mas com as pessoas, no geral.
Geralmente, eu escrevo histórias infantis fazendo analogias, para que a criança veja com um olhar inocente, mas que, ao mesmo tempo, tenha sentido. Por exemplo, no caso da Ivana e a cura para o preconceito, meu primeiro livro infantil escrito em 2016, quem leu o livro sabe que eu retratei a Ivana como “uma coelha diferente dos outros 45 irmãos dela”, justamente para fazer uma analogia com uma pessoa com TEA.
E, além de tudo isso, meu objetivo é fazer livros físicos, para que as pessoas tenham mais prazer em ler e passem menos tempo nas telas digitais. Não estou dizendo que telas digitais causam autismo, tá, pessoal?! Pelo amor de Deus! (risos).
O que eu quero dizer é que é melhor que a gente se cuide e tente maneirar o tempo de tela, até para evitar dores de cabeça ou coisas do tipo. No meu caso, por exemplo, às vezes percebo que estou muito tempo na frente do celular ou do computador, então eu paro e vou fazer outra coisa, justamente para evitar uma dor de cabeça.
Resumindo, esse é o meu objetivo, fazer livros infantis para as crianças, sem envolvimento com tecnologia, porque os livros, no geral, são muito importantes no mundo. Eles são um dos pilares da educação no planeta Terra.
Não deixem os livros morrerem, pessoal.
E tem mais uma coisa que eu gosto muito quando escrevo, que é imaginar que a criança que está lendo vai se sentir acolhida. Que ela vai entender, mesmo sem entender tudo. Porque, às vezes, a gente não precisa explicar tudo com palavras difíceis e sim mostrar com o coração.
Tem gente que acha que livro infantil é só historinha boba. Mas, na verdade, é ali que a gente planta as sementes mais importantes: respeito, amizade, empatia, saber que o outro é diferente e que está tudo bem ser diferente.
Quando eu escrevo, eu penso em como eu gostaria que o mundo fosse comigo quando eu era menor. E aí eu tento colocar isso no papel. Um mundo que não grita, que não julga, que não cobra tanto da gente. Um mundo mais leve, com mais escuta e menos pressa.
Eu também gosto da ideia de que um livro pode viajar. Ele pode ir de mão em mão, passar de irmão pra irmã, de filho pra pai, pra avó, pra primo. E ele continua ali, mesmo quando a bateria acaba. Mesmo quando a internet cai. O livro fica.
E, se um dia alguém lembrar de mim por causa de um livro que eu escrevi, já vai ter valido a pena. Não precisa ser fama, nem prêmio. Basta saber que, em algum lugar, alguém sorriu, pensou ou se emocionou com algo que saiu de dentro de mim.