1 de junho de 2025

Tempo de Leitura: 2 minutos

A viagem que fiz no final do ano passado não foi apenas mais uma qualquer para o meu “currículo” de viagens, mas uma experiência especial, que me permitiu tirar uma série de fotos diferentes e muito significativas.

Inicialmente, a viagem seria apenas dos meus pais. Mas, de última hora, minha mãe percebeu que seria uma baita oportunidade para mim também. Afinal, o outono nos Estados Unidos rende cenários incríveis para fotografia. O objetivo dela era fazer um curso em Harvard, mas ela achou que eu poderia aproveitar a paisagem para registrar tudo com o meu olhar artístico.

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Aí começou a correria: meu pai se desdobrou para mudar as passagens em cima da hora e, no fim, deu tudo certo. E bote “tudo certo” nisso! A viagem foi maravilhosa e super valeu a pena.

Eu e meus pais tomamos café da manhã em várias lanchonetes diferentes e fizemos compras em supermercados diversos, o que, pra mim, é o verdadeiro passeio dos sonhos. Eu amo conhecer supermercados estrangeiros. Sempre fico animado com a possibilidade de encontrar produtos que não temos aqui no Brasil.

E, como se tudo isso já não fosse ótimo, consegui tirar fotos únicas por causa da estação. Fiz obras e quadros lindíssimos, que com certeza estarão em futuras exposições minhas.

Ah, e ainda teve um bônus: fizemos uma escala em Nova York! Passeamos no Central Park e andamos de metrô. O passeio pelo Central Park foi incrível, eu adorei. Já o metrô, nem tanto. Foi uma experiência não tão boa, porque o trem é bem diferente do daqui, é mais apertado, desconfortável, balança bastante e estava lotado. Dá até para entender porque muitos estrangeiros consideram o metrô de São Paulo um dos mais organizados do mundo.

No fim das contas, é muito interessante ver “o outro lado da moeda” quando temos a chance de conhecer outros países. Ter contato com culturas e costumes diferentes é realmente um grande desafio. Se fosse há alguns anos, muito provavelmente eu não teria conseguido, pois sempre fui muito rígido no que diz respeito a mudanças e, provavelmente, não teria gostado de ter feito essa viagem.

Vale lembrar que algumas pessoas autistas têm rigidez em relação a mudanças, justamente porque isso foge da previsibilidade do que se espera. Minha família e todas as pessoas que passaram pela minha vida durante meu desenvolvimento, refiro-me especialmente àquelas que escolheram me incluir na sociedade, tiveram um papel fundamental e me ajudaram no meu processo evolutivo.

Graças a todas elas, hoje eu consigo enfrentar a maioria das situações adversas e manter a calma. Confesso que algumas coisas ainda me causam ansiedade e me tiram do “eixo”, porém, sem dúvidas, em uma intensidade muito menor do que há uns seis anos. Só tenho a agradecer por essa viagem tão especial e inesquecível.

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Fotógrafo, palestrante, escritor e autor do livro Tudo o que eu posso ser, de 2017.

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