3 de outubro de 2021

Tempo de Leitura: 2 minutos

Hoje o texto é autorreflexivo. Para vivermos uma coletividade mais inclusiva e nos tornarmos melhores, não apenas individualmente como também em comunidade, é primordial que comecemos por nós mesmos a transformação que almejamos.

Precisamos entender e aceitar que estamos inseridos em uma estrutura preconceituosa enquanto sociedade, pois fomos criados em um contexto de exclusão e segregação.

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Historicamente, as minorias e as pessoas divergentes, que fugiam do que era considerado como padrão, eram excluídas, subjulgadas ou exterminadas, e, ao longo do tempo, houve um esforço no sentido de fazer parecer que tal absurdo seria aceitável.

Por muito tempo, tivemos normoses em nosso curso, sendo confundido com o normal. Pessoas escravizadas, açoitadas e rebaixadas por causa do gênero, exterminadas pela sua etnia, trancadas e sendo torturadas por ter alguma deficiência são apenas alguns dos muitos exemplos que podemos citar.

Mas os tempos são outros! Será?

Mais do que uma afirmação, essa expressão é um desejo, pois ainda não se pode afirmar que de fato isso seja uma verdade. Atualmente ainda vemos muitos resquícios dessas barbáries citadas e não podemos mais admitir ou inventar desculpas para isso.

Não pode o costume, o estrutural ser uma venda que nos fecha os olhos para a verdadeira evolução da humanização em nosso meio. Não dá pra continuar discriminando com o subterfúgio de que sempre foi assim, de que não teve intenção ou de que não sabia.

Mesmo sem intenção, somos capazes de machucar. Se não sabemos, precisamos de humildade para aprender, com nossos erros, com os dos outros e com ouvidos receptivos para quem está disposto a nos ensinar. Menos desculpas e mais flexibilidade quando ofendemos, discriminamos ou somos preconceituosos.

Não nos justifiquemos, escutemos! Não somos os seres soberanos que decidimos quando algo afeta alguém. Quem sabe o quanto dói é o ser que foi ferido e não quem atingiu.

E, se sempre foi assim, então sempre esteve errado, e é tempo de mudança, tempo de crescer. Não espere que alguma das causas passíveis de sofrer com o preconceito e a discriminação atinja você ou alguém próximo para que você lute contra, pois essa é uma causa de todos. Não ache que apenas as minorias sofrem com essas questões, porque a verdade é que toda a sociedade perde quando as diferenças não são respeitadas. O normal é ser diferente e ainda bem que é assim.

Por fim, repetindo o que disse no início, vamos começar por nós a mudança que queremos. Não espere aceitação para um filho seu se você não aceita o filho do próximo. Não existem dois tipos de preconceito. Estamos todos na mesma causa, e a intolerância contra um é a intolerância contra todos, pois, ao diminuir outro ser humano, estamos nos diminuindo enquanto humanidade.

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Presidente da ONDA-Autismo e membro do Conselho de Autistas; ativista; administrador da página @autiesincero no Instagram, servidor público federal, palestrante e escritor.

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