4 de janeiro de 2022

Tempo de Leitura: 2 minutos

Um estudo sobre a comunicação de autistas na pandemia foi publicado na revista científica Culturas Midiáticas. O artigo científico “Acessibilidade Afetiva por e para Autistas: ativismo na pandemia da COVID-19” reflete sobre a interação digital de autistas antes e durante a pandemia da COVID-19. A pesquisa foi conduzida por Sophia Mendonça, autista e produtora de conteúdo, e Sônia Pessoa, ambas do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Acessibilidade e Vulnerabilidades da Universidade Federal de Minas Gerais (Afetos/UFMG). Além disso, Sônia é uma das coordenadoras do grupo.

O texto integra o dossiê temático “Comunicação, acessibilidade e representação de pessoas com deficiência“. O artigo na íntegra pode ser acessado aqui.

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Depoimentos de autistas

As autoras trazem à discussão a construção de textualidades nas plataformas digitais. Tudo por meio do diálogo com depoimentos de autistas, além do ativismo nessas plataformas. Dessa forma, a coleta engloba durante e anteriormente ao período inicial da pandemia.

A publicação tem inspiração etnográfica. Assim, o trabalho visa à articulação de um diálogo entre a pesquisadora autista e os perfis observados. A base é a acessibilidade afetiva para e por pessoas autistas durante a pandemia da Covid-19.

Considerações do artigo

Por um lado, o cerne do desafio da vivência de pessoas autistas em sociedade está relacionada a questões de comunicação e interação social. Por outro lado, entendemos o encontro, bem como o acesso à produção de informação e conhecimento, como vitais para a garantia de direitos como os previstos na Lei Brasileira de Inclusão, o que abrange uma gama de questões relevantes, especialmente no que diz respeito ao bem-estar pessoal e social dos sujeitos.

A presença de pessoas do TEA nas redes sociais digitais e não apenas de seus familiares tem se tornado fundamental tanto do ponto de vista da satisfação de suas próprias necessidades singulares de interação e de busca por compartilhar experiências de acessibilidade afetiva ou a falta delas, mas também pela importância de tornar pública uma demanda que viria afetar e mobilizar mais pessoas que possam participar, demodo efetivo, em suas atitudes cotidianas, de processos tão complexos.

Inquietações

Desse modo, entendemos que, apesar destes cenários promissores para a comunicação e a acessibilidade afetiva para pessoas autistas, os fragmentos de textualidades aqui apresentados apontam pistaspara espaços de respiro entre a fobia social para sujeitos no TEA e um limbo que se configura há anos nas interações sociais de pessoas com deficiência e a efetivação de seus direitos. Se autistas hoje se apropriam das plataformas digitais para dar a ver e a ouvir suas próprias vozes, dispensando a mediação de familiares e profissionais, ainda há uma longa caminhada entre os ambientes digitais e o mundo da vida social em presença. Antes de apresentarmos conclusões, gostaríamos de apresentar inquietações para um refletir que, talvez, possa partir das reflexões da pesquisa e alcançar relações menos intolerantes e mais acolhedoras às pessoas autistas.

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