27 de setembro de 2021

Tempo de Leitura: 2 minutos

Por Paula Frade

Pedagoga licenciada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Membra do grupo de Pesquisa: Neurodesenvolvimento e Interdisciplinaridade da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atualmente, pesquisa sobre transtorno do espectro autista, mães e qualidade de vida. Ministrou disciplinas, no ensino superior, nos cursos de Pedagogia e Psicologia.
Conselheira Profissional da ONDA-Autismo, onde faz parte do grupo TEAcolher.
Mentora de mães atípicas 

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ExpoTEA

Nas últimas décadas, as pesquisas relacionadas ao transtorno do espectro autista (TEA) aumentaram consideravelmente, de modo que as intervenções oferecidas às pessoas autistas sejam cada vez mais eficazes.

Desse modo, são corriqueiras discussões relacionadas aos sinais de autismo, intervenções, inclusão escolar e leis, por exemplo, mas há um assunto pouco discutido dentro dessa temática: os pais que têm filhos autistas.

Quando procuramos na literatura brasileira pesquisas sobre pais de pessoas com TEA, observamos que são escassas, sendo um tema pouco discutido dentro da academia.

É notório que a ciência deva se debruçar sobre questões relacionadas ao desenvolvimento de pessoas autistas, mas não devemos nos esquecer que, ao lado de cada pessoa a qual está nessa condição, existe um pai e uma mãe que, em muitos momentos, também precisam de suporte, tanto psicológico, quanto psiquiátrico, uma vez que quadros de depressão e ansiedade são comuns entre os pais.

O acolhimento refere-se a respeitar as dores e as lutas de cada família, compreender que muitas vezes estão esgotados fisicamente e emocionalmente; por isso, preferem, em alguns momentos, se isolarem do mundo para não serem alvos de críticas ou conselhos capacitistas.

Saber acolher essas famílias é abraçá-las, sem julgá-las, é levar palavras que edifiquem quando se sentirem os piores pais que existem, mas, acima de tudo, é saber respeitar o momento que cada um vive e, principalmente, deixar de lado qualquer tipo de julgamento ou olhar piedoso.

Sendo assim, ter uma rede de apoio unida e fortalecida é, sem dúvida, um dos pilares mais importantes para uma família que tem um filho com TEA, principalmente para a mãe, que, na maioria das vezes, desempenha uma infinidade de papéis em sua rotina, em que, além de cuidar do filho, na grande maioria dos casos, continua estimulando a criança em casa, independente das terapias que frequenta.

Diante de tanta demanda e reconfiguração na rotina, as famílias se sentem sobrecarregadas; cansadas, necessitando às vezes despejarem seus sentimentos ou que alguém escute seu silêncio atentamente, sem julgamento, mas que saiba que, perto ou longe, no momento em que necessitarem de um colo sem julgamentos, sempre estará disponível.

Saiba agregar na vida de quem lhe procura pedindo auxílio. Seja escada, e não uma âncora que ajuda a pessoa a afundar. Não romantize as situações, nem seja aquela pessoa que diz “vou rezar para seu filho ser curado”, por exemplo.

Então, pensando nessa demanda, nosso grupo de acolhimento TEAcolher, da ONDA-Austismo, foi elaborado com o objetivo de promover um espaço além de escuta para as mães que têm filhos autistas. Visamos à troca de experiências, ao acolhimento e às possíveis soluções para as questões relatadas no grupo, tendo em vista as especificidades de cada um, mostrando a cada uma que, apesar das dificuldades, é possível recomeçar mesmo diante de tantas inquietações.

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