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Lançado no fim de novembro, durante o 20º Congresso Brasileiro de Neurologia Infantil, em São Paulo, o Guia Prático – Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi concebido como uma ferramenta de apoio à prática clínica de médicos que atuam com crianças e adolescentes. Em entrevista concedida com exclusividade à Revista Autismo e ao CanalAutismo.com.br, Erick Matheus Francischelli Machado, diretor da Unidade de Negócio da Biosintética Prescrição, marca do portfólio do Aché Laboratórios Farmacêuticos, detalhou os objetivos e o impacto esperado do material, que conta com chancela da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI).
Segundo Machado, o principal foco do guia é contribuir para que o diagnóstico do TEA ocorra de forma mais precoce, algo considerado essencial diante da ausência de um marcador biológico para a condição. “O objetivo do guia TEA é ampliar o acesso às informações disponíveis aos médicos para que o diagnóstico ocorra de forma precoce, que é o recomendável”, afirmou. Ele ressalta que o material foi pensado para alcançar diferentes especialidades médicas, com destaque para a pediatria, área que acompanha a criança desde os primeiros dias de vida.
Rastreamento de sinais atípicos
De acordo com o diretor, o guia busca sistematizar o rastreamento de sinais atípicos do neurodesenvolvimento e oferecer uma visão estruturada sobre epidemiologia, etiologia, quadro clínico, diagnóstico, comorbidades e abordagens terapêuticas, farmacológicas e não farmacológicas. “Na ausência de um marcador biológico, o diagnóstico exige elevado nível de experiência clínica. O manual favorece a detecção mais rápida e o acesso a terapias baseadas em evidências”, pontuou.
Machado também destacou o potencial do material para reduzir desigualdades no acesso à informação médica qualificada, especialmente em regiões com menor concentração de especialistas. Segundo ele, a elaboração do guia por uma equipe multidisciplinar assegura uma abordagem clínica abrangente e alinhada às necessidades da prática médica no país.
“O primeiro Guia TEA representa um avanço fundamental para a prática clínica no Brasil”, avaliou. Para o diretor, a disseminação de conteúdo científico de forma estruturada pode contribuir para uniformizar o cuidado oferecido a crianças e adolescentes com autismo, independentemente da região onde vivem, ao apoiar decisões clínicas mais seguras e embasadas.
Ações de apoio ao médico
Questionado sobre o contexto mais amplo da iniciativa, Machado afirmou que o lançamento do guia integra um conjunto de ações voltadas ao apoio médico e à jornada do paciente. “Estamos trabalhando em diferentes frentes porque o nosso compromisso vai além da venda de medicamentos, envolvendo o cuidado integral com médicos, famílias e pacientes”, disse.
Vale lembrar que esse guia é destinado exclusivamente a médicos e profissionais de saúde e não está disponível para acesso público. O material foi apresentado no ambiente científico do congresso e integra iniciativas voltadas à qualificação do diagnóstico e do cuidado clínico no autismo no Brasil.
Francisco Paiva Jr.





