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Um artigo assinado pelo pesquisador Simon Baron-Cohen e publicado neste sábado (22) no Financial Times discute como o autismo passou a ocupar espaço no debate político contemporâneo, com base nas mudanças diagnósticas ocorridas desde a década de 1990 e a forma como essas transformações influenciaram a percepção pública e a formulação de políticas relacionadas ao tema.
No texto, Baron-Cohen explica que a ampliação dos critérios diagnósticos a partir do DSM-IV, em 1994, elevou significativamente o número de pessoas consideradas dentro do espectro. Ele argumenta que a inclusão da categoria então chamada de Síndrome de Asperger permitiu que indivíduos sem deficiência intelectual ou atraso de linguagem também fossem diagnosticados, contribuindo para o aumento das taxas registradas em vários países.
O artigo também discute a decisão do DSM-5, em 2013, de unificar todas as categorias sob o termo Transtorno do Espectro do Autismo. Segundo o autor, essa mudança reuniu perfis clínicos bastante distintos, o que gerou debates sobre a necessidade de subdividir novamente o espectro para fins científicos e de serviços de apoio. Baron-Cohen propõe o uso de tipo 1 (com deficiência intelectual) e tipo 2 (sem deficiência intelectual) como classificações neutras para distinguir grupos com necessidades diferentes .
Por isso, ele defende que “o autismo — uma deficiência neurodesenvolvimental — tornou-se uma questão política” e que diferentes grupos dentro do espectro apresentam riscos distintos, especialmente no que diz respeito à saúde mental e à vulnerabilidade social. Ele afirma que políticas públicas considerem essa diversidade interna para oferecer apoio adequado a cada perfil de pessoa autista.
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