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No Dia de Finados, especialistas reforçam a importância de tratar a morte com naturalidade e clareza, ajudando crianças — inclusive aquelas com síndromes ou doenças raras — a compreender esse processo inevitável da vida.
O Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, é tradicionalmente um momento de homenagens e lembranças. Mas, para muitas famílias, a data também desperta reflexões sobre um tema difícil de abordar: a morte. O medo não está apenas no ato de morrer, mas, para muitos pais, no que acontece depois — especialmente quando há filhos que dependem de cuidados especiais.
Para mães e pais de crianças com síndromes ou doenças raras, esse sentimento é ainda mais intenso. A preocupação em garantir o bem-estar e a segurança dos filhos após sua ausência pode gerar angústia e silêncios. Mas, segundo a psicóloga Luz María Romero, gestora do Instituto Buko Kaesemodel, o diálogo é fundamental — inclusive com os próprios filhos.
“A morte faz parte de um processo natural do ser humano. É importante que a informação seja transmitida de forma clara e objetiva, respeitando o nível de compreensão da criança. O silêncio, muitas vezes, causa mais medo e insegurança do que a própria explicação”, destaca Luz María.
Falar sobre a morte com crianças — especialmente aquelas com deficiências intelectuais ou condições que afetam a comunicação — exige sensibilidade, mas também franqueza. Luz María explica que é essencial adaptar o discurso à realidade da criança e não criar metáforas que possam gerar confusão. “Dizer que a pessoa ‘dormiu para sempre’, por exemplo, pode causar medo na hora de dormir. O ideal é explicar que o corpo para de funcionar, mas que o amor e as lembranças permanecem. Isso ajuda a elaborar o luto de forma mais saudável”, completa.
Além da conversa, o apoio emocional contínuo é parte importante desse processo. O Instituto Buko Kaesemodel, que atua com famílias de pessoas com Síndrome do X Frágil e Autismo Sindrômico, reforça que o tema da morte precisa ser desmistificado, tratado como um ciclo natural da existência — e não como um tabu.
No fim das contas, falar sobre a morte é, também, falar sobre a vida — e sobre o amor que permanece mesmo depois da ausência física.
Sabrina Muggiati





