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Larissa Barreto Ferraz Struck, servidora pública da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, enfrentou dificuldades para assumir seu cargo após ser aprovada por meio das cotas destinadas a pessoas com deficiência. Apesar de apresentar laudo médico que atestava o diagnóstico de autismo, a avaliação multidisciplinar exigida pelo órgão não a enquadrou nos critérios. Apenas em 2025, após decisão favorável em duas instâncias do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), conseguiu tomar posse.
Em entrevista dada ao Correio Braziliense, Larissa falou sobre barreiras enfrentadas por autistas adultos. “Apesar das diversas leis e campanhas, ainda enfrentamos barreiras e preconceitos, seja numa fila preferencial, ou no trânsito, sala de aula e até no trabalho. As pessoas não acreditam que pessoas adultas podem ser autistas, usam falas como: ‘isso é frescura, isso é para ter benefícios, está usando o laudo como muleta’. Mas só o autista que cresceu sem laudo sabe a dificuldade que é se moldar e se ajustar para que ela seja aceita, para ela conseguir uma formação , um emprego , amigos, relacionamento”, disse.
A Defensoria Pública da União acompanha casos semelhantes, tanto de forma individual quanto coletiva, por meio do Grupo de Trabalho de Pessoas com Deficiência. A instituição lembra que a legislação brasileira reconhece o autismo como deficiência para fins de inclusão e reserva de vagas em concursos, mas aponta falhas na aplicação prática dessas normas.
No Concurso Nacional Unificado, foi estabelecida uma cota mínima de 5% para pessoas com deficiência, com a possibilidade de atendimento especializado durante as provas. O edital prevê ainda que candidatos que obtenham nota suficiente podem ser classificados também na ampla concorrência, o que permite ampliar o número de pessoas com deficiência aprovadas.