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Nova descoberta genética desafia a forma de classificar 8 transtornos mentais e abre caminho para um único tratamento para várias condições.
Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte (EUA) acabam de identificar genes comuns associados a transtornos como autismo, TDAH, esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão maior, síndrome de Tourette, transtorno obsessivo-compulsivo e anorexia.
Esses transtornos compartilham variantes genéticas que influenciam diretamente o desenvolvimento do cérebro. A pesquisa revelou que muitas dessas variantes são pleiotrópicas, ou seja, afetam múltiplos transtornos ao mesmo tempo. Elas influenciam processos como a formação de sinapses, a produção de proteínas e o desenvolvimento cerebral, o que pode explicar a sobreposição de sintomas entre as condições.
Essa descoberta pode esclarecer por que muitas dessas condições frequentemente aparecem juntas (comorbidades) em indivíduos e famílias, oferecendo uma nova e importante perspectiva sobre as conexões na saúde mental.
Ao identificar 683 variantes genéticas que regulam o desenvolvimento cerebral, os cientistas esperam abrir caminho para novos tratamentos focados nesses fatores genéticos compartilhados. A pesquisa desafia as classificações tradicionais dos transtornos psiquiátricos, sugerindo que uma única terapia poderia, potencialmente, tratar múltiplas condições. Com quase 1 bilhão de pessoas no mundo afetadas por transtornos mentais, essa descoberta representa um passo significativo em direção a tratamentos mais eficazes e baseados na genética.
O estudo foi publicado na revista científica Cell em janeiro de 2025. O destaque da pesquisa é da geneticista Hyejung Won, que atua no Departamento de Genética e no Centro de Neurociência da universidade.
(Publicado originalmente no Ultimates.com)