25 de julho de 2025

Tempo de Leitura: 2 minutos

Se você, como eu, tiver uma cadelinha, certamente já ouviu esta frase: “Os cachorros são os melhores amigos do homem, porque não conhecem dinheiro.” Pois saiba que, para além da sabedoria popular, existem vários benefícios em se ter um animal de estimação, inclusive para todos nós que estamos no Transtorno do Espectro Autista (TEA).

As primeiras evidências dos benefícios gerados pela convivência entre humanos e animais surgiram ainda no século XIX, quando se constatou que trabalhar e conviver com animais poderia gerar efeitos terapêuticos. Por isso, era comum o uso de animais em asilos e nos cuidados com pessoas com transtornos mentais.

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Foi apenas na década de 1980 que a ciência finalmente comprovou os benefícios da convivência entre animais e seres humanos. Um estudo realizado com pacientes hospitalizados com doenças cardíacas constatou que aqueles que tinham cães ou qualquer outro animal em casa tinham mais chances de viver por um ano após a internação do que aqueles que não possuíam animais.

Principais benefícios do convívio com animais para nós, autistas

Na última quarta-feira (16), estava no Instagram quando li uma postagem da médica e autista doutora Elizangila Leite, que justamente falava sobre os benefícios da convivência com animais para autistas. Entre eles, destaca-se a redução dos níveis de cortisol — o hormônio do estresse —, o que retira o corpo do estado de alerta e contribui para a regulação do autista.

Isso ocorre por conta da ativação do eixo HPA (hipotálamo–hipófise–adrenal), conjunto de áreas do cérebro responsáveis pela regulação das funções executivas. Essa ativação excessiva pode piorar os sintomas da ansiedade, deixando o autista mais irritado e, consequentemente, com mais chances de desenvolver crises como shutdown ou meltdown.

É importante salientar que nem todo autista está preparado para possuir e, ao mesmo tempo, assumir a responsabilidade de cuidar de um animal. Principalmente se você tiver níveis de suporte mais elevados, como 2 ou 3, é preciso cuidado — sobretudo para não cometer maus-tratos contra o animal, o que, inclusive, é crime no Brasil.

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Jornalista, autista e ativista na luta antirracista.

Joana Portolese: ‘O autismo não é só da saúde’

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