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Enfim, temos um número oficial. Pela primeira vez na história do Brasil, o Censo Demográfico trouxe dados sobre o diagnóstico de autismo. São 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de transtorno do espectro do autismo (TEA), segundo o IBGE. Um marco — mas ainda longe de representar todos os autistas do país. Os dados são autodeclarados, e muita gente ainda vive sem diagnóstico, especialmente adultos e pessoas em situação de vulnerabilidade.
A prevalência de 2,6% entre crianças de 5 a 9 anos (1 em cada 38) dá uma pista clara: se o autismo não desaparece com a idade, é razoável supor que esse percentual se repita em outros grupos etários. Projeções apontam para mais de 5,5 milhões de autistas no Brasil — muitos ainda invisíveis.
Ter esse dado é só o começo. É preciso transformar números em política pública. Educação, saúde, trabalho, acessibilidade, inclusão. O Brasil precisa sair das estimativas e olhar, com seriedade, para sua população autista. O Censo foi uma conquista da comunidade do espectro. Agora, o que faremos com esses dados? Que o próximo passo seja ação. E escuta.
Nesta edição ainda temos a divulgação dos dados recentes do CDC, nos Estados Unidos: 1 em cada 31 crianças de 8 anos está no espectro — uma prevalência de 3,2%. A proximidade entre os dados brasileiros e estadunidenses reforça a importância de acesso à saúde, diagnóstico precoce e políticas públicas efetivas.
Outro destaque muito importante nesta revista são os 20 anos do Dia do Orgulho Autista, data importante para a comunidade e que homenageamos com uma reportagem sobre o 18 de junho e a história brasileira relacionada à data, numa ótima reportagem do jornalista Tiago Abreu.
Quero, por último, destacar os 15 anos da criação da Revista Autismo, com o início dos trabalhos em 23.abr.2010 e a publicação da edição número zero em setembro daquele ano. Nos mantemos firmes no propósito de disseminar informação de qualidade a respeito de autismo. A você, leitor(a), meu muito obrigado e espero que goste de mais esta edição. Boa leitura!