3 de setembro de 2021

Tempo de Leitura: 2 minutos

Ler é uma das ferramentas mais importantes para estimular a criança. O contato com o mundo dos livros permite imaginar, descobrir e encontrar inúmeras possibilidades. É a partir da leitura que os pequenos se tornam mais criativos, adquirem cultura e expandem o vocabulário. Eu, que sou mãe de três, vivo essa experiência. Mas, se o hábito de ler pode trazer tantos benefícios, por que não usá-lo para debater assuntos considerados tão difíceis? 

Foi pensando nisso que a ONG Nosso Olhar, fundada por mim, construiu um importante projeto por meio da parceria com a Ziraldo Artes Produções. As histórias escritas por Manuel Filho foram pensadas para levar o debate sobre as deficiências intelectuais à sala de aula, às bibliotecas e aos demais espaços públicos voltados à educação e cultura. Afinal, é possível desmistificar as deficiências, levar informação e conscientização de uma forma didática e acessível para todos. 

Publicidade
ExpoTEA

A série de cartilhas, que traz o personagem mais famoso do escritor Ziraldo, tem a missão de contar histórias sobre as diferenças, com um olhar diverso e inclusivo. Trata-se de um material bastante rico, feito com excelente curadoria, que carrega a responsabilidade de falar sobre síndrome de Down, autismo e outras deficiências intelectuais para as crianças, famílias e educadores. 

As aventuras vividas pelo Menino Maluquinho e sua turma, o Chico, meu primeiro filho, que tem síndrome de Down, e suas irmãs, Maria Clara e Maria Antonia, abordam o tema de maneira animada, divertida e simples, possibilitando que pessoas de todas as idades possam compreender o conteúdo tão importante. É um projeto fundamental para “plantar a semente” da diversidade e estimular o debate sobre as diferenças. Afinal, as pessoas com deficiência podem ter dificuldades de acordo com suas especificidades, mas não são incapazes.  

De acordo com o Censo 2010, o país tem 45 milhões de brasileiros com deficiência, o que corresponde a 6,7% da população. As pessoas com deficiência intelectual correspondem a 1,4% da população. Por isso, é fundamental distribuir informação. As pessoas com deficiência precisam ter seus direitos garantidos, assim como acesso a todos os setores da sociedade: educação, saúde, cultura, transporte e outros. 

A série de nove cartilhas é distribuída gratuitamente a fim de levar informação e construir, a partir da formação dos pequenos cidadãos, uma sociedade mais inclusiva, empática e que esteja aberta às diferenças. O conteúdo é tão completo que também aborda temas fundamentais para o desenvolvimento das crianças, como alimentação saudável, atividades físicas, sustentabilidade, amizade e respeito. 

O projeto é mais uma contribuição para uma pauta tão importante, que há bastante tempo vem sendo discutida por quem luta pela inclusão. As cartilhas podem ser usadas nas salas de aula para discutir a própria educação inclusiva: um modelo educacional idealizado através de políticas públicas que garantam o direito de educação a todos, pensando na igualdade de oportunidades e na valorização das diferenças. Pois a sala de aula é o local onde a criança tem o seu primeiro contato com a experiência de vivência social, onde aprende a respeitar o outro, a ouvir e a lidar com as diferenças. 

Thaissa Alvarenga é fundadora da ONG Nosso Olhar e criadora do portal Chico e suas Marias.

COMPARTILHAR:

Thaissa Alvarenga é fundadora da ONG Nosso Olhar e criadora do portal Chico e suas Marias.

Museu na Espanha contrata autistas para atender mais de 3 mil visitantes por dia

Acessibilidade na arquitetura para pessoas com TEA

Publicidade
Assine a Revista Autismo
Assine a nossa Newsletter grátis
Clique aqui se você tem DISLEXIA (saiba mais aqui)