15 de dezembro de 2020

Tempo de Leitura: 2 minutos

Muitos autistas se sentem como peixe fora d’água em várias situações do cotidiano, em grupos sociais, seja na escola ou no trabalho. Essa sensação de não pertencimento acontece, muitas vezes, por não conseguirmos nos comunicar de forma satisfatória, com dificuldade no emprego do raciocínio para ter o autocontrole do que falar e de como falar. Mas isso é desgastante e leva a situações de estresse. Por isso, neurodivergentes podem ficar calados ou até mesmo incomodados em conversas, principalmente as de grupo, já que podem haver muitos estímulos. Nesse contexto, achar outras pessoas autistas pode ser uma válvula de escape. E a internet ajuda muito nisso, por possuir grupos só com pessoas do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Inicialmente, é importante falar que a internet pode ser uma ferramenta que ajuda o autista em vários aspectos. Já que nas redes sociais podemos procurar e aprender mais sobre os nossos hiperfocos, pessoas podem ver conteúdo no YouTube e outras redes sociais e aprender mais sobre o autismo, superar estigmas sobre o transtorno, e por fim, pessoas do TEA podem se juntar em grupos do Facebook ou até do whatsapp. Ao entrar nesse tipo de comunidade, a pessoa autista pode ter uma rede de apoio, uma vez que outras pessoas do grupo possuem diferentes idades e passaram por diferentes experiências que, ao serem compartilhadas, contribuem para haver um aprendizado geral, também podem ser apresentadas situações complicadas vividas por um integrante, e esse ser acolhido pelos demais. Além disso, pessoas com diferentes hiperfocos podem ser encontrar nos grupos e falar sobre aquele determinado assunto, uma coisa muito difícil em contextos sociais fora do meio virtual. 

Publicidade
ExpoTEA

Portanto, através da internet, a pessoa com TEA pode encontrar outras pessoas autistas para conversar, trocar ideias e saberes, e contar com o grupo nos momentos de dúvida em sua vida, em vários âmbitos. Ademais, a comunidade pode se juntar e realizar postagens explicando um pouco mais como funciona o autismo, principalmente na abordagem do autismo em adultos, um tema ainda pouco presente nas discussões e no campo acadêmico. Desse modo, graças às interações, os participantes se sentem inseridos de forma plena, e todos podem se ajudar, como em relacionamentos, na forma de lidar com as pessoas no dia a dia e até como buscar seus direitos de acordo com as leis de proteção à pessoas com deficiência.

COMPARTILHAR:

Matheus tem 21 anos, é estudante e vive atualmente em Piracanjuba (GO). Foi diagnosticado com TEA em 2020, quando entrou para a Liga dos Autistas.

Quem são as famílias que convivem com o autismo no Brasil?

Muotri envia 2ª etapa de sua pesquisa com ‘minicérebros’ humanos para o espaço

Publicidade
Assine a Revista Autismo
Assine a nossa Newsletter grátis
Clique aqui se você tem DISLEXIA (saiba mais aqui)