18 de junho de 2020

Tempo de Leitura: 2 minutos

O Introvertendo, primeiro podcast de autistas do Brasil e o principal sobre autismo do país, lançou uma ferramenta em Língua Brasileira de Sinais (Libras) em seu site por meio de uma parceria com a plataforma Hand Talk. A partir do ícone “acessível em Libras”, é iniciado um tradutor virtual que converte textos para a Língua Brasileira de Sinais.

De acordo com os integrantes do podcast, a iniciativa surgiu após receberem relatos de alguns fãs do Introvertendo, não-ouvintes, e que consumiam o conteúdo a partir de legendas automáticas, repletas de erros. Desde o 85º episódio, lançado em janeiro, todos os áudios contam com transcrição textual.

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O responsável pelas transcrições é o fundador e um dos apresentadores do podcast, o jornalista Tiago Abreu. “Para a transcrição automática, originalmente utilizamos o Google Text-to-Speech. Depois disso, o texto passa por uma revisão manual intensiva. Ideias repetidas e marcas da oralidade são removidas para que o conteúdo fique o mais compreensível. É um processo que leva horas”, disse.

Para facilitar a transcrição, também foi importante investir na qualidade do áudio do podcast. Com a parceria da Superplayer & Co, agora como produtora do Introvertendo, a edição e mixagem dos episódios são feitas pelo engenheiro de som Glauco Minossi, que já trabalhou com artistas e bandas como Cidadão Quem, Tequila Baby, Ultramen e Chimarruts.

Poucos podcasts no Brasil tiveram a iniciativa de produzir conteúdo acessível para pessoas surdas, apesar de este público, de acordo com pesquisa de 2019 feita pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda, corresponder, somente na população brasileira, a mais de 10 milhões de pessoas. Além das já conhecidas limitações financeiras do segmento, a produção em podcast ficou historicamente marcada pela exclusividade do áudio.

Autismo e podcasts no Brasil

O primeiro podcast sobre autismo do país foi o Autismo Brasil Podcast, de 2014, produzido pelo psicólogo Alexandre Costa, da Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (Abraça). De lá pra cá, surgiram outras produções também feitas por profissionais, como o Autismo no Rádio (2017) e o ABAcast (2018).

O Introvertendo, por sua vez, foi o primeiro podcast de autistas do Brasil . Surgido a partir de um grupo terapêutico na Universidade Federal de Goiás (UFG), lançou mais de 100 episódios ao longo de dois anos de existência. Até seu lançamento, nenhum outro podcast do mundo reunira autistas para discutir autismo com conteúdo recorrente.

A produção atual de podcasts sobre autismo, por autistas, no mundo é variada, segundo Abreu. “De 2018 pra cá, o aumento foi expressivo. Hoje temos podcasts feitos por autistas em diferentes línguas, como o português, inglês, espanhol, alemão e sueco. O próximo passo é torcer pela profissionalização maior do conteúdo”, afirmou.

Na nova fase do Introvertendo, o podcast recebeu o reforço do pesquisador Willian Chimura, que já gravava como convidado desde 2019 e hoje é membro oficial. Os elementos visuais também receberam reforços com o trabalho de Vinicios Lima, responsável pelo design de episódios como “Sincericídio” e “Como Seria um Autista no BBB?”.

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