22 de agosto de 2021

Tempo de Leitura: 2 minutos

Pessoas autistas gostam de socializar? Aposto que na cabeça de muitas pessoas agora, a resposta que surgiu foi que não, afinal, os Autistas são aquelas pessoas que ficam isoladas no seu cantinho.

Diante dessa perspectiva, temos uma verdade, mas também há um equívoco.

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Começemos pela verdade. Realmente, muitas vezes as pessoas autistas acabam por se isolar, ficando afastadas das demais. Entretanto, por mais que seja algo recorrente, ainda assim não se pode generalizar, pois fugindo um pouco dos esteriótipos, existem pessoas no espectro que conseguem estar enturmadas em grupo e até gostam da agitação e barulhos.

Mas e onde está o equívoco, então?

Está justamente no fato de determinar que as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) não gostam de socializar. Aqui é preciso entender que uma das características do TEA é a dificuldade de socialização e a partir disso, compreender que ter uma dificuldade é bem diferente de não gostar. Ou seja, essa falta ou diminuição de socialização se dá pelas características inerentes ao transtorno que dificultam a inserção no meio de socialização.

A partir disso, haverão indivíduos, dependendo de suas vivências, fases do desenvolvimento, manobras que foram desenvolvidas a partir de auxílios terapêuticos ou não, que irão gostar mais ou menos de um contexto de socialização.

Então é necessário quebrar esse estereótipo  de que pessoas autistas não gostam de socializar ou preferem estar sozinhas. Alguns gostam e não conseguem, outros não gostam e ficam bem com isso, ainda existe quem não goste no seu momento atual de vida por já ter tentado muitas vezes e ter se frustrado com os repetidos insucessos, o que também é importante lembrar: nem sempre ocorre só pelas características autísticas como também pela falta de compreensão alheia; e ainda há quem goste e consiga socializar mesmo sendo uma pessoa no espectro do autismo.

Uma conclusão que podemos tirar dessa reflexão é que antes de ser autista, todos somos pessoas, com características, preferências e gostos individuais e que por mais que o TEA traga aspectos em comum entre os cidadãos nessa condição, ainda assim cada um experimenta o seu existir dentro das suas percepções diante do meio, como qualquer outro ser humano.

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Presidente da ONDA-Autismo e membro do Conselho de Autistas; ativista; administrador da página @autiesincero no Instagram, servidor público federal, palestrante e escritor.

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