1 de setembro de 2020

Tempo de Leitura: 3 minutos

Hoje, eu vou falar um pouco sobre a série “Amor no Espectro”, da Netflix, que eu assisti recentemente e achei excelente. Bom, antes de tudo, algumas pessoas que ainda não assistiram a essa série podem se interessar em assistir, mas já aviso que esse texto tem spoiler. Então, para quem ainda não assistiu e se incomoda com isso, eu vou recomendar que ainda não leiam este texto. Assiste lá e volta aqui, ok? Bom, “alerta de spoiler” dado, vamos prosseguir.

Eu adorei essa série, pois retrata pessoas com autismo que têm dificuldades de comunicação e querem um relacionamento. Cada um deles segue um rumo na vida com planos e jornadas diferentes. Por exemplo, nós temos o Michael que é um autista adulto e que tem planos de se casar em um futuro próximo. Ele tem planos de ter uma mulher na vida, mas sem ter filhos, porque, segundo ele, ter filhos pode prejudicar a vida financeira dele, e isso é engraçado. Ele também é muito romântico e tem um ideal de fazer sua esposa uma rainha em sua vida e ele diz que fará de tudo por ela.

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No decorrer da história, vamos conhecendo mais pessoas com autismos diferentes e cada uma delas vai tendo encontros para ver se consegue encontrar um par. Para algumas delas, é a primeira vez que têm um encontro romântico e muitas nunca nem beijaram na boca, mesmo já tendo mais de 20 anos de idade. É possível ver nos encontros, como essas pessoas têm potencial e boa vontade, mas também têm muitas dificuldades de comunicação, o que atrapalha bastante para o encontro ter sucesso.

Meus pais me ensinam constantemente sobre relacionamentos e me dão muitos exemplos sempre. Até fazemos “histórias sociais” para praticar uma possível paquera e isso me deixa mais confortável e confiante. E assistindo ao seriado, eu aprendi muitas outras coisas que me ajudaram a entender ainda mais o que se deve ou não dizer ou fazer. Por exemplo, [Spoiler alert!] tem um momento na série em que o Mark e a Maddi, ambos autistas, vão se encontrar em um restaurante. Ao pedir a conta, Mark fica insatisfeito com o valor da conta, porque Maddi havia pedido um prato que, para ele, era bastante caro e decidiu que os dois pagariam separados. Eu percebi que a Maddi ficou sem graça, mas não disse nada. Aquilo mexeu muito comigo e já perguntei à minha mãe qual é a coisa certa a se fazer, e ela me ensinou, me dando exemplos de possíveis situações.

Aprendi muito em relação às pessoas que são apresentadas nessa série e acredito que isso sirva para ajudar pessoas neurotípicas também a ver como é difícil para algumas pessoas com TEA se comunicarem. Além disso, a série também mostra casais com TEA, como é o caso do Jimmy e da Sharnae, que falam bastante sobre como é a relação deles e de como eles planejam o casamento deles, que inclusive eu achei bem legal.

Bom, para resumir, a série nos ensina bastante de como pode ser o amor no espectro e nos dá dicas do que fazer e não fazer com as pessoas com TEA. Inclusive, tem coisas na série que eu vi e me identifiquei, outras nem tanto.

E sobre meu futuro, eu acredito que tenha aprendido com meu passado e planejo me casar e ter uma família linda! Eu quero ser um marido excelente e ter as tarefas de casa bem divididas para eu ajudar minha esposa e, talvez, meus filhos. E é por isso que eu busco minha independência para, um dia, poder ter minha família e fazê-los felizes.

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Fotógrafo, palestrante, escritor e autor do livro Tudo o que eu posso ser, de 2017.

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