23 de junho de 2022

Tempo de Leitura: 3 minutos

Rede de Estudantes pela Inclusão, do Instituto ComViver e SMPD de São Paulo, iniciou-se em fevereiro de 2022

Em 21 de junho de 2022, o projeto Rede de Estudantes pela Inclusão, realizado pelo Instituto ComViver e a SMPD, recebe a todos e aos gestores das escolas envolvidas no projeto para a apresentação de ações de inclusão realizadas pelos alunos que participaram do projeto.

O projeto foi selecionado por edital da SMPD e teve início em fevereiro de 2022 com alunos de escolas públicas e privadas de 15 a 18 anos. O objetivo maior era mobilizar alunos para organizarem ações inclusivas dentro das suas escolas e despertarem os jovens para o tema da acessibilidade. Foram encontros quinzenais de uma hora e meia cada, com conversa, apresentações de materiais sobre Inclusão, acessibilidade e marcos legais dirigidos pela equipe de psicólogos Leonardo Golodne, Ilana Joveleviths, Renata Chican, além de mim — e contanto ainda com a colaboração de Giovana Bertolini na ação junto às redes sociais.

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Congresso Extraordinário

Alunos da EMEF Julio Mesquita montaram uma peça de teatro sobre situações que as pessoas com deficiência vivem no seu dia a dia, como o capacitismo e falta de acessibilidade. Focaram um público mais novo da escola para que o impacto pudesse ser reproduzido para os anos posteriores. Apresentavam uma situação de exclusão, davam uma pausa e discutiam com as salas as diversas formas para incluir a pessoa representada. Então, uma nova cena, desta vez de inclusão, nascia da reflexão com os alunos.

O gestor do colégio relata que todo o trabalho foi dos alunos e que os alunos com deficiência protagonizaram depoimentos sobre como os exemplos os afetaram e como poderia de fato haver mudanças. Segundo Rodrigo Tsuzuki, a ação demonstra ser potente para mudanças. “Aprendemos nos encontros sobre os direitos das pessoas com deficiência e a forma correta de tratar as pessoas”, afirmou.

A apresentação dos trabalhos foi mediada e comentada pela educadora Maria da Paz Castro, Gunga. Ela ressalta a importância de cada ação, como uma semente que possa gerar frutos para a inclusão.

Os alunos do Colégio Gracinha apresentaram seus slides do projeto: formar um coletivo da inclusão. Apresentaram em todas as salas e anos do Fund II e Ensino Médio. A ideia do grupo é tratar o quanto mesmo sendo uma escola inclusiva e acolhedora, como há desafios a serem vencidos no dia a dia para uma verdadeira acessibilidade. O objetivo foi “furar” bolhas e oferecer espaço para que todos possam ser vistos e ouvidos. Utilizaram o curta Loui’s Shoes para sensibilizar os colegas.

“Estou muito triste com o fim do projeto. Aprendi muito e coloquei esse aprendizado no meu dia a dia”, disse Lígia Mori, gestora do Colegio Gracinha, que parabenizou os alunos para o desafio da construção de um espaço inclusivo e democrático como o Coletivo.

Wagner Borja, diretor, diz que ver os alunos tomando a frente para um projeto maior com questões complexas e difíceis, não é qualquer coisa. “Inclusão é para todos. Obrigada ao pessoal da Rede, trabalho de gente grande”, acrescentou.

Alunos do EMEF Educandário Dom Duarte fizeram uma pesquisa sobre a interação dos alunos típicos e dos alunos com deficiência buscando identificar as maiores dificuldades. Nas salas com maior dificuldade de interação, apresentaram partes da série Atypical e do curta Cordas. A equipe ainda trouxe para perto, alguns alunos com deficiência e ofereceram participação nas ações que realizaram.

A EMEF Brigadeiro Correia de Mello realizou a gravação de um episódio de podcast sobre inclusão, entrevistando uma professora especialista no assunto. O episódio foi reproduzido pela rádio da escola e todos puderam ouvir. Foi um trabalho de “um homem só” e teve por objetivo atingir o maior número de pessoas possível. Os jovens emocionaram pela seriedade com que se envolveram e desenvolveram suas ações.

O projeto foi inspirado no Jovem Solidário — uma iniciativa minha (Paula Ayub) e da Helena Maffei Cruz —, sendo um dos projetos que participam do ESA (Empreendedorismo Social com foco no Autismo), da Revista Autismo. Esperamos inspirar mais e mais pessoas para a acessibilidade e inclusão da diversidade.

“Ouvir jovens falando dessa luta é outro nível de inclusão.”

Maria Amélia – Instituto ComViver

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É psicóloga clínica, terapeuta de família, diretora do Centro de Convivência Movimento – local de atendimento para autistas –, autora de vários artigos e capítulos de livros, membro do GT de TEA da SMPD de São Paulo e membro do Eu me Protejo (Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 2020, na categoria Produção de Conhecimento).

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